Devido ao risco de rompimento na barragem Sul Superior da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, o Ministério Público orientou a Vale para retirar todos os bens culturais móveis existentes na área impactada por uma possível ruptura. De acordo com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha), só na cidade, existem 18 bens tombados em nível municipal, estadual e federal . Por se tratar de uma recomendação, a mineradora pode ou não acatar os pedidos.
Expedida pela Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e pela Promotoria de Justiça de Barão de Cocais, a orientação é de que os bens resgatados sejam transportados em condições de segurança e, posteriormente, guardados em locais indicados pelos órgãos de proteção.
Segundo os promotores de Justiça Cláudio Daniel Fonseca de Almeida e Giselle Ribeiro de Oliveira, um eventual carreamento de rejeitos, em decorrência do rompimento da barragem, comprometeria gravemente e de forma irreversível a integridade do patrimônio cultural, histórico e turístico do município.
Entre os bens culturais em Barão de Cocais, está o sítio arqueológico de Gongo Soco. Trata-se de uma vila criada no início do século 18 por um comerciante de madeira chamado Manuel da Câmara Bittencourt. No mesmo local, a mina Gongo Soco, que hoje sofre risco de rompimento, viveu períodos de apogeu durante o ciclo do ouro. O valor cultural das ruínas do sítio foi reforçado ainda pelo Iepha com o tombamento estadual da antiga vila em 1995.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie