Possíveis cortes de investimentos na manutenção de barragens de rejeitos também foram um assunto que rondou as investigações envolvendo a mineradora Samarco, empresa que tem a Vale e a BHP como sócias. Nesse caso, uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), decorrente do rompimento em Mariana, levantou críticas à atuação da empresa na redução de gastos para a segurança de barragens. Segundo cálculos do órgão, "a restrição de gastos com geotecnia (segurança), no ano de 2015, em relação à equivalência do orçamento de 2012, foi de 41%".
Conforme a denúncia do MPF, para que o resultado financeiro não fosse afetado pelo cenário de queda contínua dos preços do minério de ferro, "segundo a empresa eram necessárias medidas como 'redução de custos de produção', 'esforço na eficiência do processo', 'ganhos de produtividade', 'austeridade na gestão de custos de produção', o que ocorreu, especialmente, na atividade de geotecnia", relata a denúncia.
O rompimento da barragem da Samarco em Mariana completou três anos em 5 de novembro do ano passado. Com o rompimento, cerca de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram liberados. No total, 19 pessoas morreram, comunidades foram destruídas e os dejetos atingiram a bacia do Rio Doce, que deságua no Espírito Santo.
Já o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, no dia 25 de fevereiro deste ano, deixou pelo menos 150 mortos e há mais de 180 desaparecidos, segundo os dados mais recentes.