O público compareceu em peso à reabertura de Inhotim, em Brumadinho. Depois de duas semanas com as portas fechadas, em decorrência do rompimento da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, que deixou centenas de mortos e centenas de desaparecidos, o maior museu de arte contemporânea a céu aberto da América Latina abriu com turistas de todos os lugares do Brasil. Em homenagem às vítimas do rompimento, Inhotim não cobrou a entrada dos visitantes.
Leia Mais
O mapa do medo: 13 cidades mineiras vizinhas a represas de rejeitosSérgio Abranches: 'Brumadinho, uma Guernica mineral'Veterinários ainda aguardam liberação da Defesa Civil para resgatar animais em Barão de CocaisInhotim abre durante carnaval e ajuda retomada de turismo em BrumadinhoTragédia em Brumadinho é manchete do NYT, que alerta sobre novos riscos Desorientação e medo marcam expectativa de pessoas retiradas de casaMoradores de Itatiaiuçu voltarão às casas para ver animais deixados por risco de barragemOperação para encontrar vítimas da tragédia de Brumadinho entra no 16° diaNova inspeção será feita na barragem de Barão de Cocais neste domingo, diz ValeÀs 9h40, foi feito um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do crime sócioambiental. No momento havia 300 visitantes. No fim da manhã, esse número chegou a 1 mil. O diretor de Inhotim, Antônio Grassi, disse que se surpreendeu com o comparecimento do público.
Nos dias em que ficou fechado, desde 25 de janeiro, Inhotim deixou de receber público de cerca de 20 mil pessoas.
Ele lembra que, no ano passado, em decorrência do risco da febre amarela, que levou à exigência de apresentação de cartão de vacina pelos visitantes, houve queda na frequência do público. "Tivemos queda de 50%. Levou tempo para recuperar. Pode ocorrer novamente. A imagem que as pessoas têm é de Brumadinho na lama. As pessoas de fora não sabem que o acesso está liberado e que não fomos afetados", disse.
Grassi afirmou que havia condições operacionais para que o museu fosse reaberto na semana passada, mas que optaram por não reabrir em respeito ao luto vivido pela cidade. O diretor disse ainda que muitos funcionários tiveram entes queridos mortos ou desaparecidos.
Retomada de buscas
As forças de segurança retornaram na manhã deste sábado as buscas por mais vítimas em Brumadinho, onde no último dia 25 a barragem Mina Córrego do Feijão, da Vale, se rompeu. Os últimos dados oficiais apontam, até este sábado, 157 mortes (151 corpos já identificados) e 165 desaparecidos.
Para este sábado, o efetivo total é de 390 homens, sendo 159 bombeiros mineiros, 64 militares da Força Nacional, 130 bombeiros de outros estados e 37 voluntários.
As buscas de hoje terão 37 equipes e serão feitas na área administrativa, onde estavam o refeitório, casa e estacionamento, área da ferrovia e de acúmulo de rejeitos. Serão utilizadas 39 máquinas, 12 aeronaves e 17 cães farejadores..