Os mais de 500 moradores que foram retirados de casas próximos da Mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, se reúnem neste sábado com representantes da mineradora. Em pauta, a incerteza de quando poderão retornar para os seus domicílios. Está marcado para este domingo, uma vistoria de uma empresa alemã no maciço, para analisar a estabilidade e emitir um laudo com considerações.
As famílias saíram às pressas de casa na madrugada dessa sexta-feira após o acionamento dos sinais sonoros de emergência. Um áudio em altos falantes instalados na cidade alertava para o risco de rompimento da barragem. Numa escala crescente de 1 a 3 de risco, o maciço da Vale subiu do nível 1 para o nível 2. As medidas, segundo a Vale, fazem parte do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).
A mineradora afirma que 205 pessoas, das comunidades de Socorro, Tabuleiro, Piteiras e Vila Congo, foram levadas para hotéis e 188 em casas de parentes em Barão dos Cocais e região. O acolhimento da população, que inicialmente estava sendo realizado no ginásio poliesportivo do município, foi transferido para a Escola Municipal Nossa Senhora do Rosário, à Rua Padre Mauro Faria, 134. “Esse atendimento será realizado durante todo o dia enquanto permanecer o protocolo de emergência”, informou a empresa. A área onde as famílias moravam continua interditada.
“A empresa ressalta que essa decisão é uma medida preventiva. A condição da barragem subiu inicialmente para o primeiro nível de emergência, entre os três níveis possíveis estabelecidos pela lei. Posteriormente, a elevação ao segundo nível de emergência foi determinada para que houvesse a evacuação das áreas próximas à operação, de forma preventiva”, comunicou a Vale.
A empresa ressalta que está fazendo o monitoramento das condições da barragem de quatro em quatro horas. “A última verificação realizada pela equipe da Vale não detectou nenhuma anormalidade. Até a emissão desse novo laudo, o nível de alerta permanece como "nível 2", com as pessoas hospedadas em segurança, fora da Zona de Autossalvamento, que é a região à jusante da barragem, numa extensão de até 10 km, definida no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração”, informou. Um equipamento com capacidade de detectar movimentações milimétricas será instalado no local.
A barragem Sul Superior, que está sendo monitorada, é a montante, do mesmo jeito que a barragem que se rompeu na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e deixou, até o último balanço, 157 mortos. Ainda há 165 desaparecidos. O reservatório está entre os dez que serão descomissionados pela Vale.