Retomar a rotina é um desafio difícil diante de tanto medo e incerteza. Hoje é o primeiro dia útil após a madrugada temerosa em que as sirenes foram tocadas em comunidades de Itatiaiuçu (Grande BH) e Barão de Cocais (Região Central) fazendo com que centenas de pessoas deixassem suas casas apenas com a roupa do corpo, temerosas de que a tragédia de Brumadinho se repetisse. Os moradores de comunidades de Itatiaiuçu que saíram de casa após avaliação de riscos da barragem Serra Azul e estão em hotéis em Itaúna (Centro-Oeste) terão transporte garantido. Serão 10 ônibus e três microônibus partindo a cada 30 minutos para levar crianças, adolescentes e jovens para creches, escolas e universidades da região.
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Ontem, um novo episódio poderia terminar com a incerteza: uma nova inspeção na barragem da Mina de Gongo Soco para avaliação da estabilidade. Ele foi feita por uma consultoria internacional especializada e acompanhada pela Agência Nacional de Mineração. Mas os prazos para o laudo não são claros. “Assim que o laudo for emitido – não temos grandes expectativas que saia hoje (ontem) ou amanhã (hoje) –, os órgãos públicos adotarão as medidas necessárias”, informou o major da Defesa Civil Eduardo Lopes. A corporação informou que o nível 2 de emergência e de evacuação das áreas de risco estão mantidos até que sejam concluídas as analises de estabilidade da barragem.
A Vale informa que , como medida de segurança, está intensificando as inspeções. Elas estão sendo feitas por profissionais especializados, 24 horas por dia. As últimas verificações, de acordo com a empresa, não detectaram anomalia.
OS ANIMAIS Como se não bastasse ter que deixar as casas às pressas durante a madrugada em razão do risco de rompimento, várias famílias deixaram para trás seus animais de estimação.
Segundo o conselho regional, a equipe da Brigada Animal que atua em Barão de Cocais é composta por voluntários com experiência e capacidade técnica para agir em ocasiões de desastres ambientais. A médica veterinária Carla Sassi, que coordena os trabalhos com o médico Thauan Carraro, falou sobre a importância das ações: “O risco é real e não tem previsão de os moradores retornarem para suas residências. Estamos aqui tanto pelos animais quanto por seus tutores, pois as circunstâncias inviabilizaram que eles pudessem levá-los”. Caso haja necessidade de remoção, esses animais serão levados para uma fazenda alugada pela Vale, que já está apta ao acolhimento. Também foram contratadas duas clínicas veterinárias.