O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recomendou à Vale a adoção de medidas emergenciais para a preservação dos bens culturais existentes nas áreas atingidas por uma possível ruptura das estruturas das barragens. Segundo o MP, devem ser protegidos os patrimônios situados nas redondezas das barragens Vargem Grande, Capitão do Mato e Dique B (em Nova Lima), Laranjeiras (em São Gonçalo do Rio Abaixo), Menezes II (em Brumadinho), Taquaras (em São Sebastião das Águas Claras) e Forquilha I, II e III (em Ouro Preto). A medida não tem caráter coercitivo, isto é, a mineradora não é obrigada a acatá-la.
No documento, o MPMG cita áreas de destruição, caso ocorra o rompimento dessas estruturas. No caso da barragem Laranjeiras, a inundação decorrente de uma eventual ruptura se estenderia por 183 quilômetros a jusante da estrutura, no Rio Piracicaba, próximo à afluência com o Rio Doce, passando pelos municípios de São Gonçalo do Rio Abaixo, Bela Vista de Minas, Antônio Dias, Timóteo e Coronel Fabriciano.
Em Menezes II, o dano alcançaria 5,5 quilômetros a jusante da estrutura, no Ribeirão Ferro-Carvão, antes da confluência com o Rio Paraopeba, atingindo ocupações rurais e urbanas. Já em relação às barragens Capitão do Mato e Dique B, a lama poderia alcançar 87 quilômetros, o que prejudicaria Nova Lima, Rio Acima, Raposos, Sabará, Belo Horizonte e Santa Luzia.
Em relação á barragem Taquaras, a inundação percorreria 23 quilômetros, afetando o município de Nova Lima. Já em Forquilha I, II e III, os rejeitos poderiam atingir 210 quilômetros, atingindo Ouro Preto, Belo Horizonte, Itabirito, Jaboticatubas, Lagoa Santa, Matozinhos, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Raposos, Rio Acima, Sabará, Santa Luzia, Taquaraçu de Minas, Jequitibá, Funilândia.