O rompimento da barragem da Vale em Córrego do Feijão, distrito de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, gerou uma reação da sociedade civil que se organizou para montar um gabinete de crise. Lançado oficialmente nesta quinta-feira, esse gabinete é uma articulação de movimentos sociais, pesquisadores e ativistas como forma de contrapor o gabinete oficial montado pelo estado para definir ações relativas à tragédia.
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Barragens da Vale têm risco maior ou igual de apresentar os mesmos problemas que a de BrumadinhoPagamento da Vale por Brumadinho provoca brigas em família pelo dinheiroApós reclamação, Vale vai liberar estrada que passa por dentro do complexo Córrego do FeijãoEstrada que liga Brumadinho a Córrego do Feijão é liberadaPolignano não concordou com essa posição. "Quero dizer que o governador está absolutamente equivocado e eu diria que é uma falta de sensibilidade com aqueles que morreram. Absolutamente, e a sociedade tem claro isso, é um crime. Quero dizer ao governador que ele não está sendo sensível com a comoção que isso tem na população. O governador tem o papel de defender a sociedade e não a empresa", afirma.
O principal objetivo do gabinete criado pela sociedade civil é disponibilizar informações diversas, expor diferentes posicionamentos, dar voz aos atingidos e desenvolver um debate sobre a mineração em Minas Gerais, tudo isso como base para pressionar o poder público a tomar decisões amparadas pela visão da sociedade. Uma das ações será disponibilizar documentos ligados ao rompimento da barragem da Vale e correlatos em uma plataforma na internet, que pode ser acessada pelo site gabinetedasociedade.org.
Outra integrante do gabinete, a ambientalista Maria Teresa Corujo, que é conselheira da Câmara de Atividades Minerárias do Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam) representando o Fonasc-CBH, destacou que o gabinete está aberto para receber a colaboração de todos que quiserem e puderem participar. "É uma plataforma de Justiça socioambiental. Nós não podemos calar a nossa voz", afirma. O gabinete ainda é composto pela jornalista e produtora rural Carolina de Moura, que é integrante do Movimento Águas e Serras de Casa Branca, e também pelo géografo especialista em direito ambiental Rodrigo Lemos.
De acordo com sua assessoria de imprensa, o Governo de Minas não vai se pronunciar. .