As prisões realizadas nesta sexta-feira, pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) e a Polícia Militar do Estado abrem uma nova linha de investigação para o rompimento da barragem I da Mina do Córrego do Feijão, da Vale. Além do foco inicial, mais amplo, direcionado à segurança desse tipo de barragem (por alteamento a montante) e ao nível de conhecimento dos riscos, os investigadores passam a se apoiar também no aspecto mais técnico do monitoramento de segurança da estrutura.
Com isso, a pressão na sede da mineradora, no Rio, se enfraquece, e se instala na operação em Minas, cuja sede fica em Nova Lima, a menos de 20 quilômetros da mina em Brumadinho.
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Funcionários da Vale são presos em investigação sobre desastre em Brumadinho Caminhão tomba e fica preso por cabos de telefonia no Sagrada FamíliaDoação de R$ 100 mil da Vale para famílias de vítimas em Brumadinho pode acabar na JustiçaTroca de e-mails mostra que Vale pressionou Tüv Süd para atestar estabilidade da barragemVeja quem são os funcionários da Vale presos e suas atribuições na empresaCerqueira se mostra bastante preocupado com as circunstâncias e pede prioridade. Deixa claro, porém, que as práticas de medição, de uma forma geral, estava com problemas. "Ainda não temos leituras para o mês de janeiro/19 para as barragens I, Vargem Grande, e B3/B4 e só temos 5 dias úteis até a virada do mês. O risco de multa do DNPM (antigo nome da Agência Nacional de Mineração) é muito alto", afirma o engenheiro, que trabalha na sede mineira da mineradora, em Nova Lima. O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, entrou em contato com Cerqueira, que se recusou a dar qualquer declaração.
A Vale contratou uma auditoria para avaliar os problemas nos piezômetros relatados nas mensagens.
Em entrevista realizada nesta semana, o gerente-executivo de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão da mineradora, Lúcio Cavalli, garantiu que os problemas com cinco piezômetros reportados nos e-mails na véspera não poderiam causar a tragédia. "Não houve erro de leitura dos piezômetros, mas de configuração de placa. Se as informações (dos piezômetros) estivessem corretas, barragem teria água jorrando", disse..