Jornal Estado de Minas

Moradores que deixaram casas em Macacos não sabem quando voltam

- Foto: Arte/Soraia Piva

O clima entre moradores de Macacos hospedados em hotéis de Belo Horizonte é de incerteza. Num deles, na Savassi, na Região Centro-Sul da capital, duas equipes de funcionários de empresa contratada pela Vale, incluindo assistentes sociais, prestam o apoio às famílias.

Como saíram com a roupa do corpo, estão sendo providenciados produtos de higiene pessoal, medicamentos e roupas para quem teve de largar tudo para trás. Transporte para quem vai trabalhar está sendo disponibilizado hoje. Na segunda-feira, as crianças também terão carro para levá-las às escolas.

A comerciante Débora Marotti Dumont, de 36 anos, diz que só pensou em pegar o filho, o recém-nascido Caetano, de 1 mês e 6 dias. Ainda no período de resguardo e com as dores da cesariana, ela não sabe quando voltará para casa. “Não peguei fralda, remédio, nada, só o neném. Não sabia se subia para a parte mais alta ou se descia.
As primeiras informações que recebemos era de que a barragem tinha rompido. Só depois conseguimos confirmar com meu sogro, que mora em frente à associação comunitária, onde estava a Vale, que era uma evacuação preventiva. Mas, sendo assim, poderiam ter nos falado durante o dia”, critica.



Seis pessoas da família dela estão no hotel. A mãe saiu de casa acompanhada dos cinco gatos e um cão. “Não tenho nada a reclamar do tratamento que estamos tendo aqui. Trouxeram medicamentos, fraldas e até banheira, além de oferecer roupas para meu filho. Mas me deram tanta coisa, que estou me perguntando por quanto tempo ficaremos aqui ainda”, relata.
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