Uma madrugada de susto, tensão e muitos cancelamentos. Não bastasse a evacuação repentina de suas casas, donos de pousadas de Macacos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, passaram a madrugada deste domingo atendendo ligações de clientes pedindo a anulação de reservas. O empresário Leon Meilach Lerman, de 43 anos, estava com o estabelecimento lotado para o carnaval. Boa parte dos hóspedes, inclusive, já haviam antecipado 50% do pacote. Ao todo, 21 pessoas eram esperadas. “A Vale está dando a assistência aqui (no hotel em BH). Mas, e o prejuízo que ficou lá? Vai ter que arcar também”, avisa. O medo de muitos é ter casas, comércios e pousadas saqueadas no período em que estiverem fora.
Também dona de pousada, Eloísa Cardoso, de 50, conta que todos os hóspedes já estão pedindo a devolução do dinheiro. “Nesse caso, somos obrigados a devolver. Quem vai querer ir para uma região ameaçada? O problema é que, na maior parte dos casos, já gastamos esse dinheiro e teremos de cobri-lo. Mas como teremos o recurso, se nossa fonte de renda foi comprometida? As contas também, incluindo os fornecedores, vão chegar”, diz. “Às 2h, uma família de Itatiaiuçu, onde também houve evacuação e que estava vindo para o próximo fim de semana, ligou cancelando”, conta.
Também dona de pousada, Eloísa Cardoso, de 50, conta que todos os hóspedes já estão pedindo a devolução do dinheiro. “Nesse caso, somos obrigados a devolver. Quem vai querer ir para uma região ameaçada? O problema é que, na maior parte dos casos, já gastamos esse dinheiro e teremos de cobri-lo. Mas como teremos o recurso, se nossa fonte de renda foi comprometida? As contas também, incluindo os fornecedores, vão chegar”, diz. “Às 2h, uma família de Itatiaiuçu, onde também houve evacuação e que estava vindo para o próximo fim de semana, ligou cancelando”, conta.
Eloísa defende que, com a cidade em alerta e o estrago já feito, a evacuação seja total. “Se a barragem romper, as duas pontes de acesso serão engolidas pela lama e o distrito vai ficar ilhado. Estou na luta para tirar os pais de uma funcionária minha que moram à beira do rio. Esses moradores não receberam o indicativo para deixar suas casas, pois a Vale insiste que estão em área de semirrisco. Para começar, risco existe ou não existe. Ele não vem pelas metades. E outra: o rio não é o caminho natural da lama?”, questiona.