A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, na manhã de quarta-feira, o médico Fábio Lima Duarte, de 36 anos, acusado de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. Na casa de Fábio foram apreendidos 74 vídeos de mulheres e 31 de crianças e adolescentes e um, em inglês, que “supostamente ensina como abordar crianças e adolescentes para práticas sexuais”, segundo a delegada Renata Ribeiro Fagundes, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente.
O material apreendido na operação registrava imagens do médico em atos sexuais com adolescentes. “Foi iniciado um novo inquérito porque a gente verificou nas imagens que ele posicionava câmera direcionada para maca antes do atendimento. Além de gravar as partes íntimas das pacientes durante exames de ultrassonografia, mantinha os arquivos em seu computador, e registrava o primeiro nome acrescido de adjetivos aviltantes, mas conseguimos identificar uma mulher onde ele anotou o nome completo”, afirmou a delegada.
Essa vítima compareceu a polícia e relatou ter achado estranho o exame “que normalmente demoraria entre 10 e 15 minutos, levou 40”. Segundo a o depoimento, a mulher percebeu que Fábio utilizou aparelho de ultrassom de forma inadequada e que “notou que o médico estava excitado durante a consulta”, e chegou a comentar a situação com familiares.
O material apreendido diz respeito a mulheres atendidas em uma clínica particular em Betim mas, segundo a polícia, ele atenderia também em policlínica de Vespasiano e Belo Horizonte. “Pedimos informações à Fhemig porque consta que ele seria também servidor do estado. Não sabemos se efetivo, contou a delegada”.
O suspeito foi preso em flagrante, durante a Operação Luz da Infância, deflagrada em outubro de 2018, pela prática de crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (produzir, compartilhar e armazenar imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes). Ele recebeu liberdade provisória em 20 de dezembro.
Renata Fagundes disse que não há registros de práticas sexuais com crianças, mas com adolescentes, todas do sexo feminino, e o médico alega que as mulheres que aprecem em vídeos gravados em sua casa são maiores de idade. Foram apreendidos notebook, dois aparelhos de celular e uma CPU, que serão submetidos à perícia.