Uma nova fase da operação no inquérito que investiga o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi desencadeada nesta quinta-feira pela Polícia Federal (PF). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na capital mineira e em São Paulo. Não foi informado quais locais foram visitados pelos agentes.
De acordo com a PF, quatro mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos, sendo dois em Belo Horizonte, e outros dois em São Paulo. Além disso, foi cumprido um mandado judicial de busca pessoal na capital paulista.
Atualmente, oito funcionários da Vale estão presos. O desembargador Marcílio Eustáquio, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), negou o pedido de habeas corpus para todos os investigados. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira.
As investigações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Polícia Civil apontam que as oito pessoas sabiam dos riscos de ruptura da Barragem da Mina Córrego do Feijão, e poderiam intervir, dentro de suas atribuições internas, para que a catástrofe fosse evitada. Eles foram presos na segunda fase das investigações. As primeiras prisões ocorreram no último dia 29, quatro dias depois da tragédia, quando três funcionários da Vale e dois engenheiros da Tüv Süd, foram detidos. Os cinco foram liberados por meio de habeas corpus uma semana depois. Os depoimentos deles foram fundamentais para que o Ministério Público ouvisse outros funcionários das duas empresas e embasasse os pedidos das novas prisões.
Além de mostrar que as avaliações sobre as condições da Barragem 1 estavam sendo feitas desde 2017, eles revelaram que gerentes tiveram acesso a informações relevantes sobre a possibilidade de rompimento. Foram avaliados ainda documentos técnicos, mensagens de texto e de voz, e e-mails trocados entre empregados da mineradora e da consultoria.
Rompimento da barragem
As buscas por vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Grande BH, chegam ao 28º dia nesta quinta-feira. Segundo os bombeiros, as equipes localizaram a área onde estaria um almoxarifado da Vale. Hoje eles trabalham para retirar a lama do espaço, que está soterrado. Há possibilidade de que mais vítimas sejam encontradas. Os militares também começarão a usar drones nas buscas.
De acordo com a última atualização da Defesa Civil de Minas Gerais, feita na tarde passada, o número de mortos subiu para 171. Todas as vítimas já foram identificadas. Ainda há139 desaparecidos. Destes, 105 são funcionários terceirizados da Vale ou da comunidade. Já 34 são operários da mineradora.