Praticamente um mês (29 dias) após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de BH, familiares de atingidos ainda não sabem se vão receber indenização. A audiência prevista para chegar a um acordo em relação aos direitos dos empregados e terceirizados da Vale foi encerrada nesta sexta-feira sem resolução. A audiência ocorreu na 5ª Vara do Trabalho de Betim, na Região Metropolitana de BH, onde foram analisados os pedidos apresentados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que apoia R$ 9,7 milhões de indenização.
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Bombeiros acham contêiner da Vale em Brumadinho onde aconteciam reuniões; mortos chegam a 177'Sentimos que fomos ludibriados', diz secretário sobre laudo de barragem da ValeAssembleia deve votar projeto 'Mar de Lama Nunca Mais' nesta sexta'A Vale coloca vários empecilhos', diz promotor sobre negociações pelos direitos dos atingidosTriângulo Mineiro deve receber suprimento de soro antiescorpiônicoA Vale discordou do valor das indenizações. Diante disso, a procuradora do Trabalho Luciana Coutinho pediu que a Vale a abra um diálogo amplo e transparente com as vítimas da tragédia. "Desde já o MPT faz convite público à Vale para comparecimento em assembleia que será realizada em Brumadinho com a presença dos sindicatos, Defensoria Pública da União e familiares vitimados, para que a Vale tenha a oportunidade de defender perante as famílias de forma coletiva e transparente suas propostas, bem como para que as propostas dos sindicatos e das famílias apresentadas nessa ocasião sejam debatidas também de forma clara e transparente".
Outros pontos, como a amplitude de beneficiários, de tempo de fornecimento de assistência médica e psicológica, prazo para emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e a amplitude do rol de tratamentos médicos foram discutidos na audiência mas também não tiveram acordo.
Entidades sindicais apresentaram pedido para a constituição de um Fórum Permanente de Negociação entre a Vale, representantes das vítimas, sindicatos, MPT e Advocacia Geral da União. A Vale não aceitou a proposta.
A Vale renovou o pedido para que a cautelar seja suspensa. O MPT manifestou-se contrariamente à proposta de bloqueio, "considerando que o pedido tem a finalidade de garantir o pagamento das indenizações por danos materiais e morais aos familiares do trabalhadores falecidos e desaparecidos, bem como o pagamento do dano coletivo não havendo nenhum acordo até o momento, entre as partes neste processo", enfatizou Luciana Coutinho.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
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