Jornal Estado de Minas

PM resgata jovens perdidos no Pico do Itacolomi em operação de risco


Um passeio de um grupo de estudantes no Pico do Itacolomi, na divisa dos municípios de Mariana e Ouro Preto, na Região Central de Minas, acabou em um resgate de alto risco pela Polícia Militar (PM). Quatro amigos ficaram perdidos numa trilha alternativa e foram salvos, na noite desta sexta-feira, pelo helicóptero da corporação. Para conseguir resgatá-los, a equipe precisou usar óculos de visão noturna.




O terreno íngreme impediu que a aeronave pudesse pousar e exigiu manobras de precisão técnica para que as vítimas conseguissem entrar no helicóptero. O grupo de amigos, todos alunos da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), só foram encontrados porque uma das vítimas, Naihara Cruz e Silva, de 23 anos, conseguiu ligar para o Corpo de Bombeiros (Cobom) e enviar a localização do grupo por WhatsApp.
Os quatros amigos, estudantes da Ufop, ficaram perdidos por quase seis horas na trilha do Pico do Itacolomi (foto: Polícia Militar/Copaer/Divulgação)

Os Bombeiros acionaram a PM, que enviou equipe no helicóptero Pégasus 14. “A tempestade estava aproximando. Havia muitos raios, mas não chovia no local. Conseguimos resgatá-los antes da tempestade. Estava muito escuro. Tinha muitas redes de alta tensão, pedras e árvores no local. Foi um resgate de alto risco devido às condições”, afirmou o sargento Sérgio Natalino, que participou da operação.

“Se não fosse assim, as vítimas iriam pernoitar na montanha, porque havia o risco de cair lá de cima, pois não dava para enxergar nada. E ainda teriam que torcer pra não chover. Eles poderiam ficar com hipotermia e até falecer”, alerta o militar. Eles resgataram primeiro duas pessoas e retornaram para buscar as outras duas.



Além de Naihara, estavam no passeio Leandro Moreira, de 23, Jéssica Miranda, de 26, e Tamires Assunção, de 24. Eles não estavam com equipamentos específicos para a prática esportiva e Leandro usava chinelo. Nahiara conta que começaram a trilha por volta das 6h da manhã da sexta-feira. Às 12h, alcançaram o pico, a 1.772 metros de altitude, e, no retorno, por volta das 13h30, optaram seguir por um caminho diferente.

“De cima do pico, tínhamos visto essa trilha e achamos que seria 'de boa'. Ficamos andando durante quatro horas e percebemos que estávamos indo para uma mata fechada. Quando vimos que estava escurecendo, ficamos desesperados porque não tínhamos agasalho nem nada e lá venta muito. Então decidi ligar para os Bombeiros”, conta Naihara.

O grupo, que havia levado sanduíches e frutas para a caminhada, começou a racionar o alimento quando viram que poderiam ser obrigados a passar noite na trilha. A água dos estudantes também acabou durante o dia. Segundo Nahiara, somente um deles já havia ido ao pico, mas que todos costumavam fazer caminhadas às cachoeiras da região.

“Agora, com esse acontecimento, vamos tomar muito mais cuidado e pensar muito bem antes de fazer a trilha”, diz. A ligação para os Bombeiros ocorreu perto da 18h e eles foram resgatados já depois das 20h. “Era um lugar que não tinha nenhum ponto de referência”, diz a estudante.



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