Na véspera de completar um mês da tragédia do rompimento da Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), o governo de Minas Gerais reiterou a proibição do uso da água do Rio Paraopeba até a cidade de Pompéu, na Região Central do estado. Não foi informado por quanto tempo valerá a determinação.
Em nota, divulgada pelas secretarias de Estado de Saúde (SES), Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o alerta é para evitar o uso em quaisquer circunstâncias. “A orientação de não se utilizar a água bruta do rio, sem tratamento, é válida para qualquer finalidade: humana, animal e atividades agrícolas.”
A medida foi adotada após a detecção de metais em níveis acima do permitido pela legislação ambiental e de avaliação da Secretaria de Saúde de Minas Gerais com base em requisitos de vigilância sanitária.
Segundo o informativo publicado na última sexta-feira (22), concluiu-se que "a elevação dos valores de turbidez, assim como de alguns metais como ferro, chumbo e mercúrio totais, num trecho de aproximadamente 250 km a jusante do rompimento, é consequência do carreamento de rejeitos provenientes da Barragem B1 devido a ocorrência de intensas chuvas dos últimos dias na região".
Os demais parâmetros (cádmio total, cobre dissolvido, zinco total, níquel total, oxigênio dissolvido e pH in loco), conforme o documento, não apresentaram qualquer violação do padrão estabelecido pela legislação.
Monitoramento
O monitoramento de qualidade da água é feito diariamente desde 26 de janeiro, um dia após o rompimento da Barragem B1. O trabalho é desenvolvido pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Agência Nacional de Água (ANA) e Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Pelo último levantamento, divulgado há dois dias, 176 pessoas morreram na tragédia e há 134 desaparecidas. Nesta segunda-feira, a tragédia completa um mês.