A Polícia Federal (PF) desarticulou nesta quarta-feira uma organização criminosa responsável por movimentar cerca de R$ 130 milhões nos últimos cinco anos com contrabando de cigarros do Paraguai. Com o dinheiro, os criminosos compraram imóveis, carros de luxo, lanchas e outros bens que foram objeto de sequestro judicial. Quatorze dos 16 alvos foram presos.
A chamada Operação Barrica contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal. Foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, cinco de prisão temporária e 26 de busca e apreensão no Sul de Minas nas cidades de Andradas, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Ouro Fino, e também em Espírito Santo do Pinhal e Mogi Guaçu, em São Paulo.
As investigações duraram seis meses e mostraram que o grupo atuava no interior dos dois estados na importação e distribuição clandestina dos cigarros. “A aquisição dos produtos ocorria diretamente no país vizinho ou na fronteira, sendo realizadas transações financeiras com pessoas residentes em cidades conhecidas como ponto de entrada de contrabando no Brasil. Uma vez importada a mercadoria de forma clandestina, os investigados utilizavam uma ampla rede de distribuição, com a peculiaridade de fazer com que os transportadores levassem apenas pequenas quantidades de cigarro de cada vez”, detalhou a Polícia Federal.
“Tal estratégia minimizava eventuais prejuízos em caso de apreensão da carga, além de não chamar muita atenção dos órgãos de repressão. A utilização de veículos batedores também era uma característica do grupo. A investigação identificou e mapeou a área de atuação dos criminosos, individualizando os locais de seus depósitos e realizando prisões em flagrante de alguns membros da organização”, esclareceu a PF.
Ainda de acordo com a polícia, os principais integrantes do grupo criminoso têm diversas passagens pela polícia, mas como eram pegos com pouca quantidade de cigarros, as penas eram de curta duração. A estimativa é de que eles vendiam cerca de 500 caixas de cigarros paraguaios por semana. Se condenados, os integrantes da quadrilha vão responder por contrabando e associação criminosa, resultando em pena de até oito anos de prisão.