Pela primeira vez, uma comissão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realizou o procedimento complementar de heteroidentificação racial. Formada por cinco pessoas da comunidade acadêmica, o grupo avaliou o fenótipo de cada candidato que se autodeclararam negros e se inscreveram para ocupar vagas de cota racial. Das 885pessoas que compareceram em Belo Horizonte e Montes Claros, no Norte do Estado, 39% tiveram os pedidos indeferidos após a avaliação. Eles terão até 7 de março para recorrer.
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Segundo a UFMG, o indeferimento da matrícula pode ocorrer por diversos motivos, como inconsistência na documentação apresentada para comprovação de renda familiar e de procedência de escola pública e não atendimento a critérios avaliados pela comissão de heteroidentificação racial ou pela banca de verificação para pessoas com deficiência.
Os candidatos que tiveram os pedidos indeferidos podem entrar com recursos no CAD2, no Campus Pampulha, ou no Instituto de Ciências Agrárias (ICA), em Montes Claros. O prazo é até sexta-feira, 1º de março, ou no próximo dia 7, quinta-feira. O horário de atendimento é das 9h às 11h e das 14h às 16h.
Problemas anteriores
A comissão foi criada depois que estudantes burlaram o sistema de cotas para conseguir vaga na UFMG. O escândalo das cotas na maior universidade pública do estado ganhou força em setembro de 2017, quando um grupo de alunos denunciou três pessoas que teriam burlado o sistema para ingressar no curso de medicina, entre eles, um jovem loiro dos olhos azuis. Em novembro houve nova denúncia, naquela oportunidade envolvendo uma aluna do mestrado.