Em casos de perdas de familiares e amigos próximos, um trabalho importante é o do psicólogo. Para estimular uma reflexão sobre a importância da preparação de profissionais de psicologia para lidar com esse público, como é o caso dos moradores de Brumadinho, na Região Metropolitana de BH e de todos que de alguma forma foram atingidos pelo rompimento da barragem da Vale, é promovida uma palestra com roda de conversa sobre “Psicologia de Emergências e Desastres: desafios contemporâneos em defesa dos direitos humanos”.
neste link. As vagas são limitadas.
O encontro será nesta quinta-feira, das 19h às 22h, no auditório da unidade Silva Lobo da Newton Paiva. O evento é gratuito e aberto para todo o público. Para participar, basta se inscrever O bate-papo terá a participação da representante do Conselho Regional de Psicologia (CRP), Lilian Cecilia, especialista em Psicologia Hospitalar pela PUC-MG/HMOB e em Salud Mental en Emergencias, Catástrofes y Desastres pela Universidad Catolica de Chile. Lilian também é membro da Comissão de Psicologia em Emergências e Desastres do CRP/MG e psicóloga do Instituto Mineiro de Nefrologia e do Abrangente Centro de Terapia Breve.
Também participam da roda de conversa Rodrigo Chaves Nogueira, coordenador clínico de Saúde Mental de Brumadinho e membro da equipe técnica da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais, e Elaine Loures, psicóloga clínica, acompanhante terapêutica (AT) e voluntária na área de cultura, arte, social, saúde mental, esportes e desastres e emergências.
Tragédias por barragem
No ano passado, o Núcleo de Pesquisa e Vulnerabilidade em Saúde da UFMG (Naves) e a Cáritas Regional Minas Gerais, divulgaram uma pesquisa que avaliou o quadro psicológico dos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015, em Mariana, na Região Central do estado. Os dados indicaram um quadro de depressão em 28,9% da população de indivíduos afetados, percentual cinco vezes superior ao constatado na população geral do país (5,8%) segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A depressão é um transtorno que afeta 11,5 milhões de brasileiros. O risco de suicídio foi identificado em 16,4% dos entrevistados.
Para evitar que o índice se repita com as vítimas da tragédia de Brumadinho, muitos voluntários de diferentes frentes – ONGs, igrejas, instituições – e profissionais contratados pela Vale tentam ajudar os atingidos a superar ou assimilar o que ocorreu no dia 25 de janeiro. Uma das iniciativas é da ONG Nação, que levou dezenas de profissionais para tratar a saúde mental dessas pessoas. “Temos várias frentes. Equipes acompanhando velórios e outras acompanhando pessoas que estão no pior do momento: a tortura de não saber onde está seu ente querido”, explicou a psicóloga da ONG, Rosana Dório, que é pós-doutora em luto em situação de tragédia e atuou no acolhimento das famílias das vítimas da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, há seis anos. “O impacto de uma notícia dessa já é terrível, mas, quando o impacto se prolonga, essas pessoas vão se machucando cada vez mais”, acrescentou. (Com informações de Larissa Ricci)
Serviço
Data: 28 de fevereiro de 2019
Hora: 19h às 22h
Local: Auditório do Campus Silva Lobo da Newton Paiva (Av. Silva Lobo, 1730)
Inscrições: https://bit.ly/Psicologiadeemergências
Vagas limitadas
*Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.