Foi sepultado ontem, em Lamim, na Zona da Mata mineira, a 161 quilômetros de Belo Horizonte, o corpo do motorista de Uber encontrado pela manhã no Rio Paraopeba. Luiz Gustavo de Assis, de 31 anos, estava desaparecido desde a noite de sexta-feira, quando aceitou sua segunda e última viagem. Ele foi morto de maneira cruel num assalto cometido, segundo as investigações, por três adolescentes – um de 14 e dois de 16 anos. Depois de ser torturado, ele foi amarrado e jogado dentro do rio, na cidade de Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O motivo: teria reconhecido um dos assaltantes. Desempregado, Luiz procurava serviço para deixar o trabalho no aplicativo.
O último contato com a família foi às 22h10, quando mandou um áudio para a mulher dizendo que estava entre São Joaquim de Bicas e Igarapé, também na Grande BH, indo para sua segunda corrida. A chamada vinha do Bairro Miritis, em Igarapé, região onde ele morava. De acordo com a Polícia Civil, o trio teria entrado no carro e anunciado o assalto.
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A mulher de Luiz tem um aplicativo por meio do qual ela conseguia ver em tempo real os deslocamentos do marido. “Ele dava notícia o tempo inteiro. À 1h30, ela acordou assustada, pois meu cunhado ainda não tinha chegado e verificou que, às 23h, o carro ainda estava no mesmo lugar. Os assaltantes desligaram o celular dele, numa corrida que durou, exatamente, 1 min40. Entraram e já finalizaram a corrida”, relata.
No sábado pela manhã, amigos da Uber e familiares começaram as buscas ao redor da última localização. “O carro foi encontrado por volta das 9h30, na Rua Cruzeiro, no local conhecido Retiro dos Padres.
Depois de acionar o registro da última viagem, a polícia localizou aos suspeitos. O adolescente de 14 anos levou a polícia até o local onde o carro foi encontrado, onde matou e onde deixou o corpo, que foi avistado na manhã de ontem boiando no Paraopeba, em Juatuba, numa barreira de contenção de rejeitos instalada pela Vale. O Corpo de Bombeiros suspeitou de que, pelas caraterísticas e circunstâncias, não havia relação com o acidente da barragem, e deveria ser decorrente de crime violento já em investigação. O corpo de Luiz tinha perfuração e suas mãos estavam amarradas. A perícia constatou, inicialmente, lesões no pescoço e sinais de espancamento.
Por meio de nota, a Uber informou que lamenta o ocorrido e que presta solidariedade à família do motorista "A empresa está à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei, e esperamos que as autoridades tragam o responsável à justiça o mais rápido possível", informou o texto.