Depoimentos de funcionários da Vale e de engenheiros da Tüv Sud, empresa que forneceu laudo de estabilidade da barragem que se rompeu em Brumadinho, na Grande BH, reforçam que a mineradora sabia dos riscos desde 2017. As investigações apontam que a empresa tentou métodos para aumentar o cálculo de estabilidade da estrutura, mas sem sucesso. Por isso, resolveu colocar drenos no reservatório para tentar retirar a água. O que também não foi eficaz. O desastre segue sendo investigado por uma força-tarefa entre as polícias Civil e Federal, e ministérios públicos de Minas Gerais e Federal.
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De acordo com inquérito, em 2017, durante um evento da mineradora, uma consultora teria informado que a barragem tinha uma margem de segurança muito baixa. Ao saber do risco, a empresa, em vez de tomar medidas concretas, segundo as investigações, tentou outras metodologias para tentar aumentar o grau de segurança. Mas, sem sucesso.
Diante disse, segundo apontam as investigações, começou a instalar drenos, chamados de Drenos Horizontais Profundos (DHPs) para retirar a água da barragem.
Outra medida tomada pela Vale foi a troca dos piezômetros, que fazem o monitoramento da barragem e são automatizados. A mineradora informou que eles apresentaram falhas em 10 de janeiro. Por isso, instalaram novos aparelhos. Os equipamentos acusaram picos de pressão na barragem dias antes do rompimento, mas a mineradora, segundo o inquérito, considerou erros de medição. A situação será apurada pela força-tarefa. .