O rompimento da barragem da Vale na Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, provocou a morte de 200 pessoas e ainda existem 108 desaparecidas. Desde a tragédia, em 25 de janeiro, outras seis cidades tiveram moradores retiradas das casas por causa do risco de ruptura de estruturas que armazenam rejeitos de mineração. Nesta terça-feira, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recomendou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) a retirar aproximadamente 2,5 mil moradores de Congonhas, na Região Central do Estado, devido aos riscos da barragem Casa de Pedra.
Leia Mais
Maior barragem dentro de uma cidade faz MPMG recomendar evacuação de 2,5 mil moradores em Congonhas AGU exige plano de integridade da mineradora ValePara garantir preservação, principal nascente do Rio Paraopeba será fechadaVale burlou as próprias normas de segurança em barragem de BrumadinhoCSN ignora recomendação e MPMG vai à Justiça para retirada de moradores em CongonhasBombeiro foi transferido após alerta sobre risco em barragem de Congonhas'O pesadelo voltou': moradores de Congonhas relatam medo após ordem de evacuação por barragemRede de lojas de roupa é investigada por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em BHNo mesmo dia, famílias de Barão de Cocais, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte, passaram por um susto parecido.
Em 16 de fevereiro, moradores de São Sebastião das Águas Claras, distrito conhecido como Macacos, em Nova Lima, na Grande BH, foram retirados de casas devido aos riscos na barragem B3/B4 da Mina Mar Azul, da Vale. A estrutura tem aproximadamente 3 milhões de metros cúbicos de rejeitos e é contruída pelo método a montante. Aproximadamente 220 pessoas tiveram que sair dos imóveis e o turismo na cidade ficou prejudicado.
Quatro dias depois, a evacuação aconteceu em Nova Lima e Ouro Preto, devido aos riscos da barragem de Vargem Grande, que fica em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Foram retiradas das casas aproximadamente 115 pessoas, sendo 100 moradores de Nova Lima, e outros 15 de Ouro Preto.
Congonhas
Nesta terça-feira, o Ministério Público de Minas Gerais, da comarca de Congonhas, expediu uma recomendação para que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) providencie moradias provisórias para habitantes de aproximadamente 600 casas do município que estão ameaçada pela barragem Casa de Pedra. Ao todo, seriam cerca de 2,5 mil moradores que devem ser retirados das moradias.
O secretário de Meio Ambiente da Prefeitura, Neylor Aarão, declarou ao MPMG que a CSN não fornece informações precisas sobre a barragem e, portanto, prejudica o plano de evacuação. Já a Defesa Civil Municipal estima que em caso de ruptura os primeiros imóveis podem ser atingidos em cerca de 30 segundos.
A mineradora informou que não vai se manifestar, por ora, sobre a recomendação. Se aceitar, terá 10 dias para realizar a ação. Se não, pode ser alvo de uma ação civil pública do MPMG.
A Barragem Casa de Pedra está localizada praticamente dentro da cidade.
Cidades evacuadas
Moradores / cidade
138 - Brumadinho (11/02/2018)
166 - Itatiaiuçu (11/02/2019)
492 - Barão de Cocais (11/02/2019)
215 - Macacos (18/02/2019)
100 - Nova Lima (20/02/2019)
25 - Ouro Preto (20/02/2019)
2,5 mil – Congonhas (12/03/2019)*
*No caso de Congonhas, o MPMG fez a recomendação de retirada. A empresa CSN pode acatar, ou não.
Fonte: Defesa Civil MG.