Passados 47 dias desde que a barragem da Vale se rompeu em Brumadinho, na Grande BH, e com a contabilidade oficial superando a barreira das duas centenas de mortes confirmadas (201 até a noite de desta terça-feira), o Corpo de Bombeiros aposta em uma combinação de três frentes de trabalho para localizar os desaparecidos, 107 pessoas. A tecnologia ligada especialmente ao georreferenciamento, o trabalho de cães farejadores e o emprego de máquinas pesadas é a trinca para otimizar a localização de corpos em locais considerados prioritários. Uma das áreas de maior atenção da corporação é a Instalação de Tratamento de Minério (ITM), pois o cruzamento de dados de inteligência aponta que ali podem estar 16 corpos. Segundo os dados oficiais, 107 pessoas seguem desaparecidas em toda a área impactada pelo crime da Vale. Por outro lado, 173 corpos e segmentos corporais aguardam identificação no Instituto Médico Legal.
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Estado não tem previsão para desarquivar PL que criaria política para atingidos por barragensAssembleia vai instalar CPI para investigar rompimento da barragem de BrumadinhoCães se lesionam durante trabalho de buscas em BrumadinhoSenado instala hoje CPI para apurar causas da tragédia de BrumadinhoEnquanto isso, frentes de trabalho que usam cães farejadores na busca por corpos, como ocorreu hoje.
MAPA DO INVISÍVEL Na retaguarda desse processo, a tecnologia se apresenta de forma a garantir o georrefereciamento de tudo que é encontrado, seja corpo, segmento ou qualquer objeto. Esse trabalho é que vai municiando os militares de informações para apontar onde as frentes de trabalho devem atuar. Cada bombeiro em campo alimenta um aplicativo desenvolvido pela corporação que posiciona tudo que for encontrado, e assim vai revelando o mapa do que está soterrado pelos rejeitos de minério.
De acordo com o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros, a característica da lama impõe uma dificuldade significativa ao trabalho de busca por corpos. “A lama acaba deixando todo o material com essa característica monocromática (uma única cor) e dificulta ainda mais o trabalho de nossas equipes de resgate. Por isso é um trabalho muito meticuloso”, afirma o tenente. Mesmo assim, as buscas vão seguir, segundo o tenente-coronel Ângelo. “Elas só serão encerradas em duas hipóteses. A primeira é o encontro de todo mundo que está desaparecido.