Riscos e alertas relacionados à Barragem Casa de Pedra, em Congonhas vêm sendo denunciados em sucessivas reportagens do Estado de Minas. Em novembro de 2017, medida que parecia ser a primeira efetivamente tomada em caso de colapso era mais um sinal de alerta. No início daquele mês, o governo do estado organizou sigilosamente um grupo de ação emergencial, formado especialmente pelos Bombeiros, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) e Polícia Militar, para se antecipar em caso de necessidade de evacuação da área abaixo da represa. Porém, até hoje, a única providência relativa às preocupação ligadas à operação do reservatório havia sido a transferência do comandante local dos bombeiros, que falou claramente sobre o temor representado pela estrutura – alerta que se agora revela mais que fundamentado.
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E não apenas a Casa de Pedra inspira preocupação. Não à toa, a cidade dos Profetas é também a cidade do medo. Ela é cercada por outras 23 barragens. No total, são 23 represas de rejeitos de mineração – incluindo Casa de Pedra – e uma de água, distribuídas entre Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Vale, Gerdau e Ferrous. Todas estão incluídas na categoria de risco baixo, mas 13 têm potencial associado considerado alto. O risco mede os níveis de problema que cada estrutura tem, incluindo a probabilidade de ruptura.