Moradores de mais um distrito de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, protestaram contra problemas que surgiram depois do rompimento da barragem da Vale. Nesta quinta-feira, cerca de 80 pessoas da comunidade de São José do Paraopeba foram às ruas exigir a volta de um horário de ônibus e reclamar das condições dos veículos que atendem o povoado.
Leia Mais
Moradores protestam contra atraso em construção de ponte em BrumadinhoAgricultor sem chance de se salvar em caso de rompimento de barragem em Congonhas pede socorroNúmero de mortos de Brumadinho sobe para 203; 105 estão desaparecidosDefesa Civil divulga novo prazo para liberação da estrada que dá acesso a Brumadinho STJ concede habeas corpus a envolvidos em tragédia de BrumadinhoBombeiros lotam a Câmara dos Deputados em homenagem às vítimas de BrumadinhoApós novo decreto de prisão, funcionários da Vale se apresentam à Polícia CivilO vigilante Leandro dos Santos, um dos representantes do distrito, disse que a linha que liga a comunidade a Brumadinho funcionava em quatro horários: 5h, 7h30, 11h e 15h. No entanto, desde 25 de janeiro, quando a barragem se rompeu, a empresa de ônibus cortou o horário das 11h. “Os ônibus estão lotados, é uma distância longa passando pela Vale e os veículos não têm condições de viagem”, explica.
Segundo ele, por conta do desvio pela área da mineradora, a viagem que durava uma hora e meia agora é feita em três horas. “Está demorando por causa da distância e, com o corte do ônibus das 11h que passava por São José, a demanda do ônibus de 7h30 que vai para Brumadinho triplicou. Quando chega o das 15h não dá para fazer nada. O retorno do horário de 11h seria essencial”.
Vídeos publicados por uma moradora da comunidade no Facebook mostram os veículos lotados em diferentes ocasiões:
“As condições são precárias. Os ônibus são pequenos para atender oito comunidades e não oferecem nenhum conforto”, diz Santos. O vigilante informou que a Vale disponibilizou duas vans para complementar o atendimento à comunidade, mas não é suficiente. Ainda segundo ele, os passageiros dos ônibus também são impedidos de transportar compras de maior volume nos ônibus, em caixas, por exemplo.
Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) afirmou que o atendimento está “drasticamente afetado” devido ao rompimento da barragem da Vale. “No caso de São José do Paraopeba, por exemplo, a estrada continua bloqueada, fazendo com que os ônibus precisem passar por um desvio que aumenta o trajeto em 28km. Por ser uma estrada estreita, este desvio pode aumentar o tempo de viagem em até 1h30, o que afeta diretamente a operação”, disse.
Esclareceu, ainda, que a empresa responsável pela linha não consegue manter os horários de antes do desastre devido a rota mais longa. “A empresa ressalta que está se esforçando na busca de soluções para esta situação, que também tem trazido graves prejuízos à empresa. O horário solicitado de 10h30 voltará a ser operado a partir de amanhã (sexta-feira), com alguns ajustes em horários de outras linhas para que haja tempo hábil para a operação”, explicou.
Esclareceu, ainda, que a empresa responsável pela linha não consegue manter os horários de antes do desastre devido a rota mais longa. “A empresa ressalta que está se esforçando na busca de soluções para esta situação, que também tem trazido graves prejuízos à empresa.