Moradores de mais um distrito de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, protestaram contra problemas que surgiram depois do rompimento da barragem da Vale. Nesta quinta-feira, cerca de 80 pessoas da comunidade de São José do Paraopeba foram às ruas exigir a volta de um horário de ônibus e reclamar das condições dos veículos que atendem o povoado.
No início da manhã, eles montaram uma barricada e atearam fogo para fechar a via de acesso a Moeda, o que deixou o trânsito lento. O objetivo era permanecer no local até receber uma resposta da empresa de ônibus ou da prefeitura.
O vigilante Leandro dos Santos, um dos representantes do distrito, disse que a linha que liga a comunidade a Brumadinho funcionava em quatro horários: 5h, 7h30, 11h e 15h. No entanto, desde 25 de janeiro, quando a barragem se rompeu, a empresa de ônibus cortou o horário das 11h. “Os ônibus estão lotados, é uma distância longa passando pela Vale e os veículos não têm condições de viagem”, explica.
Segundo ele, por conta do desvio pela área da mineradora, a viagem que durava uma hora e meia agora é feita em três horas. “Está demorando por causa da distância e, com o corte do ônibus das 11h que passava por São José, a demanda do ônibus de 7h30 que vai para Brumadinho triplicou. Quando chega o das 15h não dá para fazer nada. O retorno do horário de 11h seria essencial”.
Vídeos publicados por uma moradora da comunidade no Facebook mostram os veículos lotados em diferentes ocasiões:
“As condições são precárias. Os ônibus são pequenos para atender oito comunidades e não oferecem nenhum conforto”, diz Santos. O vigilante informou que a Vale disponibilizou duas vans para complementar o atendimento à comunidade, mas não é suficiente. Ainda segundo ele, os passageiros dos ônibus também são impedidos de transportar compras de maior volume nos ônibus, em caixas, por exemplo.
Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) afirmou que o atendimento está “drasticamente afetado” devido ao rompimento da barragem da Vale. “No caso de São José do Paraopeba, por exemplo, a estrada continua bloqueada, fazendo com que os ônibus precisem passar por um desvio que aumenta o trajeto em 28km. Por ser uma estrada estreita, este desvio pode aumentar o tempo de viagem em até 1h30, o que afeta diretamente a operação”, disse.
Esclareceu, ainda, que a empresa responsável pela linha não consegue manter os horários de antes do desastre devido a rota mais longa. “A empresa ressalta que está se esforçando na busca de soluções para esta situação, que também tem trazido graves prejuízos à empresa. O horário solicitado de 10h30 voltará a ser operado a partir de amanhã (sexta-feira), com alguns ajustes em horários de outras linhas para que haja tempo hábil para a operação”, explicou.
Esclareceu, ainda, que a empresa responsável pela linha não consegue manter os horários de antes do desastre devido a rota mais longa. “A empresa ressalta que está se esforçando na busca de soluções para esta situação, que também tem trazido graves prejuízos à empresa. O horário solicitado de 10h30 voltará a ser operado a partir de amanhã (sexta-feira), com alguns ajustes em horários de outras linhas para que haja tempo hábil para a operação”, explicou.