A ponte que vai restabelecer o trânsito de comunidades até o acesso de Brumadinho, na Grande BH, ganhou novo prazo. A Coordenaria Estadual de Defesa Civil informou nesta sexta-feira que, de acordo com a empresa responsável pela instalação na ponte na Rodovia Alberto Flores, está previsto para o dia 10 de abril a conclusão das obras e a liberação do tráfego de veículos e circulação de pessoas. O local deve atender 40 distritos da cidade e reduzirá cerca de uma hora no deslocamento para o Centro. Atualmente, o caminho mais curto feito pelos moradores é por dentro de uma das minas da Vale.
Entretanto, "vale ressaltar, que esse prazo pode sofrer alterações caso condições meteologica extremas – como chuvas intensas – afetem a realização das obras", disse a nota da corporação. O acesso chegou a ser liberado na tarde de 12 de fevereiro. Mas poucas horas depois, por volta das 17h, a enxurrada da chuva passou por cima da ponte provisória, voltando a impedir a passagem de veículos. O fechamento já foi alvo de protestos.
A estrada de Alberto Flores, que foi destruída pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em 25 de janeiro, conecta os lados por uma ponte de cerca de 50 metros de extensão. A construção da ponte provisória foi definida após uma reunião entre representantes da Vale, Secretaria de Obras de Brumadinho, Defesa Civil e Departamento de Estradas e Rodagens (DER).
Desde então, a comunidade voltou a ter acesso à cidade por uma estrada de terra que passa dentro da área da Vale. Além do Córrego do Feijão, outras comunidades rurais dependem da estrada de Alberto Flores, como Casa Branca, Aranha, São José do Paraopeba, Melo Franco e Piedade do Paraopeba.
"A Defesa Civil de Minas continua acompanhando e implementando ações de resposta ao desastre ocorrido do dia 25. De igual forma seguimos articulando medidas de construção da comunidade atingida", completou a nota da Defesa Civil.
Moradores protestam
Moradores do Arraial do Aranha fizeram um protesto contra a mineradora Vale na manhã de quarta-feira. De acordo com a Polícia Militar (PM), cerca de 60 pessoas queimaram pneus e bloquearam com pedaços de madeira a estrada municipal Alberto Flores.
Segundo os manifestantes, para chegar ao local, eles precisam dar uma volta passando pela mineradora, e, o trajeto que demorava aproximadamente 30 minutos, está levando duas horas. “Os idosos não conseguem andar, a estrada é precária, de terra e passa dentro da Vale”, contou, no dia do ocorrido, Weverton Juliano Rosa, de 32 anos, vice-presidente da Associação Comunitária de Melo Franco. (Com informações de Déborah Lima*)
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie