Uma prevenção que passa não apenas pela segurança, mas, sobretudo, pela educação. O atentado à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), acendeu o alerta em instituições de ensino de Minas Gerais e pôs ainda mais em voga a questão de como proteger nossas crianças e jovens. O ataque a tiros que deixou 10 mortos no colégio da na Grande São Paulo, motivou uma série de episódios no ambiente escolar em Minas, nos últimos dias, fato já esperado por profissionais da área. Educadores, pais e gestores são unânimes em afirmar que a solução deve ser conjunta, constante e deve permear algo fundamental nesse processo: escutar os jovens.
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No projeto Justiça Restaurativa nas Escolas, a jovens que cometem infrações, é mostrado que eles ainda têm direito ao sistema educacional, e tanto vítima quanto réu devem ser acompanhados. As responsabilidades são partilhadas entre todos os segmentos, desde a saúde até a segurança. Já o projeto de mediação de conflitos no ambiente escolar é uma das linhas do projeto, com o viés da prevenção e escuta do adolescente. “Os diretores estavam muito tranquilos nos casos que ocorreram e de como encaminhar os fatos”, conta a superintende.
ESTRATÉGIAS Na rede privada, a segurança também é preocupação e medidas preventivas foram intensificadas, motivadas pelos ataques a escolas nos Estados Unidos.
“O que difere a escola particular é a segurança. É um diferencial em que a gente aposta, mas não garante. As escolas têm número de funcionários maior nessa área e câmeras em todos os locais. As estratégias incluem medidas até mesmo fora dos colégios. Vários deles têm vigias nas esquinas, tentando cercar essa questão de todas as maneiras”, diz. Zuleica ressalta a importância da participação da família.
Continuar a tocar no assunto é outro ponto que a presidente do Sinep considera fundamental para evitar novas tragédias. "Quando as escolas chamam as famílias para falar de um assunto desse, quase não tem adesão. Agora, teria, por causa da tragédia recente. O trabalho com sujeitos sociais é igual escovar dente. É todo dia. Os pais devem, sim, entrar no quarto, verificar, perguntar onde vai, onde está. Essa é uma forma de proteção."
SITUAÇÃO GRAVE DE VIOLÊNCIA
O coordenador da Federação das Associações, Pais e Alunos das Escolas Públicas de Minas Gerais e assessor da Associação dos Professores Públicos de Minas, Mário de Assis, pede socorro.
Ele explica que os jogos violentos chamam muito atenção nos dias de hoje. Ele busca pela responsabilização pelo crime barbárie da última quarta-feira feira. “Assim como nos perguntamos quem mandou matar Marielle Franco, também precisamos nos perguntar: quem mandou matar os alunos de Suzano? Precisamos de encontrar os culpados. Esses jovens tiveram acesso à arma. Quem vendeu essa arma?”, questiona.
Ele propõe algumas ações que possam coibir ataques como o de Suzano.
Ele acredita que se a família estivesse mais presente nas ações da escola, esse tipo de situação não ocorreria. O representante da federação também favorável aos detectores de metais nas portas das instituições. “Lamentamos a necessidade desses equipamentos, mas apoiamos a instalação. Escola não é lugar de ir e vir, escola não tem que ser um espaço democrático que uma pessoa pode entrar e sair quando quiser. Escola é para que alunos aprenderem e professores ensinem. Então, essas limitações se fazem necessárias”, diz.
E, em resposta ao major Olímpio, que disse que tragédia em Suzano seria evitada se professores estivessem armados, Mário disse: “Não precisamos de mais armas, mas de combater a impunidade. Muitos infratores já são reincidentes.”
VIIGILÂNCIA A Secretaria de Estado de Educação (SEE) informou ontem que os vigilantes que correm o risco de serem dispensados das escolas estaduais atuam na segurança patrimonial, no período noturno, em que não há aulas nas instituições. A medida pode ser tomada, de acordo com a pasta, por causa da crise financeira do estado. “De qualquer forma, independentemente desta atuação, a SEE já conta com a parceria da Polícia Militar, que realiza patrulhamento e rondas preventivas nas imediações das unidades de ensino da rede estadual, para reforçar a segurança de estudantes e servidores”, diz a nota..