A onda de mensagens com ameças a escolas que começou após o massacre em Suzano, em São Paulo, continua em Minas Gerais. Desta vez, a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de um jovem de 18 anos que postou uma mensagem em uma rede social contra uma escola da zona sul de Belo Horizonte.
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Pais e educadores avaliam como garantir segurança nas escolas mineirasEstudante é detido por mensagem com ameaças a escola no Horto, em BHAluno atira em frente a escola após colegas espalharem boato em Nova LimaJovens são detidos pela polícia suspeitos de planejar ataque a escola de MinasAprovado em 1º turno projeto para criar 'botão do pânico' nas escolas de BHBriga em escola de BH termina com estudante desacordado e outro detidoO mandado foi cumprido na casa dele, na Região Oeste da capital. A Polícia Civil informou que foram apreendidas duas réplicas de arma de fogo e uma faca, além de um computador, um pendrive, celular e a caderneta escolar da instituição. Segundo a Polícia Civil, em depoimento na delegacia, o jovem afirmou que o fato se tratou de uma "brincadeira" e negou que tenha envolvimento em ataques.
Durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira, a delegada Cristiana Angelini disse que em momento algum o jovem se sentiu arrependido. Ainda segundo a Polícia Civil, ele afirmou que o fato se tratou de uma "brincadeira" e negou que tenha envolvimento em ataques.
A delegada ainda alertou para o uso consciente da internet. “Discursos de ódio tem sido constantemente veiculados na internet e a gente precisa lembrar que liberdade de expressão possui limites, e esses limites tem que ser a segurança e os direitos garantidos fundamentais das pessoas. Não pode usar a internet para veicular qualquer coisa”, disse Angelini.
Após a postagem, alunos e pais se sentiram ameaçados. “Vários pais procuraram a delegacia para informar que não deixariam os filhos ir à aula nesta manhã”, afirmou a delegada. Em depoimento, os pais informaram que restringiu o uso de internet e o desligou da escola. “As pessoas respondem criminalmente porque há possibilidade de rastrear as pessoas, mesmo que usem nomes, nicknames falsos, a gente consegue rastrear”, ressaltou Angelini.
O perfil do aluno foi apagado da rede social. Nesta manhã, era possível encontrar apenas outros usuários criticando e chamando a atenção para o perigo desse tipo de publicação. No entanto, também surgiram prints de tweets que ele publicou após a repercussão negativa da mensagem.
“Aos pais e alunos da Escola Leopoldo de Miranda e as pessoas que se preocuparam com meu tweet (…). Não sabia que este tweet causaria tanta repercussão negativa. Minha intenção era produzir uma piada. Portanto, peço desculpas aos que se ofenderam e se preocuparam achando que meu tweet significava algo diferente da piada. Sou a favor do humor, mas totalmente contra qualquer tipo de violência”, escreveu. Em seguida, escreveu que estava indo almoçar na casa da avó “pela última vez antes de ir ver o sol nascer quadrado”.
“A SEE esclarece, ainda, que está em constante diálogo com as instituições de ensino para prestar a assistência necessária e realizar atividades para prevenir situações de violência no ambiente escola”, finalizou.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) informou que está acompanhando o caso e que a Polícia Civil já está na investigação. Ainda segundo o órgão, o aluno que fez as ameaças não tem histórico de transtornos na escola. No entanto, os pais do jovem já teriam solicitado a transferência para outra unidade de ensino.
“A SEE esclarece, ainda, que está em constante diálogo com as instituições de ensino para prestar a assistência necessária e realizar atividades para prevenir situações de violência no ambiente escola”, finalizou.
Leia a nota na íntegra:
A Secretaria de Estado de Educação informa que está ciente e acompanha a situação que envolve uma ameaça feita por um aluno da Escola Estadual Professor Leopoldo de Miranda nas redes sociais, na sexta-feira (15/03). Imediatamente, a direção da escola tomou todas as providências necessárias e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Na sexta-feira a direção já tinha acionado a Polícia Militar para registrar boletim de ocorrência e intensificar a Patrulha Escolar, para garantir segurança na porta e proximidades da unidade de ensino.
A direção da escola informou que o aluno reconheceu que a postagem foi uma brincadeira de mau gosto e se arrependeu do episódio. O aluno não tem histórico de transtornos na escola, mas devido aos fatos, os pais já solicitaram a transferência para outra unidade. As aulas na Escola Estadual Professor Leopoldo de Miranda ocorrem normalmente, nesta segunda-feira (18/03).
A SEE esclarece, ainda, que está em constante diálogo com as instituições de ensino para prestar a assistência necessária e realizar atividades para prevenir situações de violência no ambiente escolar e conscientizar sobre a importância do reconhecimento e da valorização das diferenças e das diversidades e possibilitar, por meio de estratégias pedagógicas preventivas, a boa convivência entre alunos, professores, gestores, funcionários e demais membros da comunidade escolar.