Jornal Estado de Minas

Semad e PUC vão mapear bacias ao redor da Serra da Piedade

 

 

Parceria entre o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), e a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) vai mapear as bacias hidrográficas do entorno do Monumento Natural Serra da Piedade, patrimônio ambiental, histórico e cultural da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Será feito o Zoneamento Ambiental Produtivo (ZAP) das bacias. O estudo vai resultar na geração de uma base de dados de acesso público, com informações relevantes para a gestão territorial das sub-bacias do entorno do monumento.




O levantamento vai acontecer depois que Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) autorizou, em fevereiro, por sete votos a cinco, a retomada da mineração no local. Houve duas abstenções, entre elas da Agência Nacional da Mineração (ANM). Na ocasião, o Copam concedeu licenças Prévia e de Instalação do empreendimento da AVG Mineração, o que é ostensivamente criticado por movimentos ambientais.


As informações da base de dados a ser construída serão usadas na tomada de decisão e fomento de diretrizes ambientais na região. O ZAP realiza levantamentos como a disponibilidade hídrica superficial, o uso e ocupação do solo e a caracterização de unidades de paisagem, de forma a possibilitar o cruzamento de dados relevantes para gestão da bacia hidrográfica ou de um conjunto de bacias.


O estudo abrangerá uma área de aproximadamente 40 mil hectares e servirá de subsídio para a elaboração do Plano de Manejo do Monumento Natural da Serra da Piedade e para o futuro Plano de Desenvolvimento de Base Conservacionista e Cultural.




Servidores dos órgãos estaduais e técnicos da Aderi deverão realizar o estudo em um período de 6 meses. Após a conclusão dos trabalhos, uma base geoespacial e um relatório textual serão apresentados. Eles poderão ser usados na gestão de diversas unidades de conservação presentes na região.


O ZAP foi aprovado pelo Decreto 46.650, de 2014, e é coordenado no âmbito da Semad desde 2016. Atualmente, a metodologia é amplamente utilizada na região do Triângulo Mineiro, na bacia do Alto Rio Paranaíba e no Rio Doce, onde presta apoio às medidas adotadas para a recuperação da área diretamente impactada pelo rompimento da barragem de rejeitos de Fundão.


A parceria é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica recém-firmado entre a Semad, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) e a Agência de Desenvolvimento Integrado (Aderi) da PUC Minas.