Denúncias de abusos sexuais contra um dos tatuadores de um estúdio localizado na Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, serão apuradas pela Polícia Civil. Nesta terça-feira, uma mulher foi à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Belo Horizonte e prestou queixa contra o tatuador.
Ao menos, 40 mulheres relataram terem sido vítimas do homem enquanto realizavam uma tatuagem. As histórias vieram à tona depois que a ativista e professora de literatura Duda Salabert, que também foi candidata ao Senado nas últimas eleições, utilizou o Instagram para falar sobre sua preferência em tatuar com profissionais mulheres. Depois da publicação, recebeu diversas mensagens de mulheres relatando casos de abusos, entre eles, os casos da empresa da capital mineira.
Equipes da Polícia Civil já iniciaram nesta terça-feira diligências, consideradas imprescindíveis pela corporação. “Outras informações não serão divulgadas para não atrapalhar nas investigações”, explicou a polícia. Não foi informado se houve alguma denúncia formal de vítimas ou se a abertura de inquérito foi devido a repercussão dos casos.
A chuva de denúncias de assédio sexual por parte de tatuadores começou depois que Duda Salabert publicou no Instagram a sua preferência por profissionais mulheres. Depois da mensagem, comeou a receber relatos de pessoas que foram abusadas ao fazer os desenhos. Entre as histórias recebidas pela ativista, grande parte relatava um profissional que trabalha no estúdio na Savassi. Os relatos são de casos que teriam acontecido desde 2012.
Em contato com a reportagem, Duda afirmou que está em contato com uma promotora do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para ver qual atitude será tomada dentro da rede de proteção à Mulher.
Relatos das vítimas
Os abusos relatados pelas vítimas teria acontecido de várias formas. Em uma mensagem compartilhada por Duda, algumas delas deram detalhes. “Foi minha primeira tatuagem. Foi na costela. O cara me deixou deitada com o peito de fora, sendo que era na costela e nem precisava. E com a mão nos genitais dele”, relatou. “A tatuagem era minúscula e ele me fez ficar lá horas”, completou.
Outra mulher afirmou que foi abusada em 2016 no mesmo lugar. “Eu fiz uma tatuagem em 2016 bem abaixo do umbigo, onde a calcinha tampa. O tatuador falou que era melhor se eu tirasse a calcinha ao invés de puxar. Fique meio incomodada, mas tirei. Foram umas três, quatro horas de sessão e toda hora sentia que ele estava pressionando a mão dele na minha vagina”, contou.