Jornal Estado de Minas

Quase 1 tonelada de cabos furtados da rede elétrica é apreendida em BH

 

Quase uma tonelada de fiação e cabeamento de cobre da rede de iluminação pública de Belo Horizonte foi apreendida e duas pessoas foram presas, na Região Noroeste da capital, acusadas de receptação do material. A ação é resultado da Operação Blecaute, desencadeada pela Polícia Civil em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em quatro estabelecimentos na área da Praça do Peixe e Avenida Pedro II, no Bairro Bonfim.

A operação foi deflagrada nesta segunda-feira e teve os resultados apresentados nesta terça. Além de combater a comercialização de produtos decorrentes de furtos de fios de cobre e outros materiais, ela teve como objetivo também identificar receptadores e revendedores clandestinos do material. A Blecaute visou quatro estabelecimentos, sendo que foram detidos em flagrante os comerciantes Arlene Lima Gonçalves, de 57 anos, e André Luiz Zacarias, de 51, donos de dois deles.

O delegado José Luiz Quintão, da 3ª Delegacia Centro, informou que as investigações continuam, mirando em receptadores intermediários e finais. “Só existe quem furta, porque há quem compra o material ilegal”, disse. Segundo ele, quem furta, na maioria das vezes, são usuários de drogas, moradores de rua e pessoas em vulnerabilidade social e econômica.

Os suspeitos foram enquadrados no crime de receptação qualificada de produtos de procedência ilícita no exercício de atividade comercial. O furto de cabeamentos traz transtorno direto à população, como a interrupção do serviço de energia. Além disso, vários semáforos na cidade estão com defeito por causa da subtração dos fios de cobre.

De acordo com a Cemig, desde dezembro do ano passado, a companhia registrou invasão e furtos em 41 câmeras subterrâneas.
Entre materiais e serviços para recomposição da rede, o prejuízo foi da ordem de R$ 760 mil na Região Metropolitana de BH. Os equipamentos mais visados pelos infratores são os condutores de energia, transformadores e reguladores de tensão.

Segundo o gerente de Manutenção da Distribuição Metropolitana da Cemig, Emmanuel José Bernardes, a empresa tem estudado formas para reduzir ou inibir a ação de vândalos. Pela primeira vez numa operação da polícia para o combate a esse tipo de crime, técnicos da companhia acompanharam os agentes para analisar a procedência dos 950 quilos de materiais apreendidos – muitos deles, reconhecidos como de uso exclusivo da rede de iluminação pública e outros pertencentes à Cemig, entre eles, conectores e cabeamento.

"Os furtos causam sérios problemas de interrupção nos centros comerciais e às pessoas que se aventuram a cometer o delito", disse. Ele conta que desde dezembro os casos se intensificaram. "Não sabemos se os furtos estão migrando de outras categorias para essa. Vamos continuar com a parceria com a polícia", afirmou Bernardes.

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