Uma operação conjunta entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Militar (PM) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do estado do Espírito Santo, desencadeada nesta quarta-feira, apura crimes de roubo de carga, lavagem de dinheiro, organização criminosa, receptação qualificada e falsidade ideológica e documental em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Ao todo, foram cumpridos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na chamada Operação Trivium.
A investigação começou quando a PM descobriu uma oficina de desmanche de caminhões e carretas em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. A partir daí, foi identificada a organização criminosa que atua nos três estados. Os trabalhos duraram cerca de um ano. Os investigadores descobriram que os líderes são de Governador Valadares. As carretas e caminhões roubados eram seguidos pelos criminosos e eram abordados quando estacionavam.
A organização criminosa também tinha uma estrutura de lavagem de dinheiro. Usando um documento falso, um dos líderes abriu uma conta bancária na cidade para movimentar parte dos valores que conseguia por meio dos delitos.
“A escolha do objeto a ser roubado era por 'demanda dos consumidores', também alvos desta operação, podendo ser tanto o próprio caminhão/carreta ou a carga”, explica o MPMG. “Em um dos crimes, os envolvidos subtraíram uma carreta que continha uma carga de chocolate e doces oriunda do estado do Espírito Santo. Como tais produtos não estavam 'encomendados', os criminosos efetuaram a doação de parte dos itens para que uma igreja da cidade possivelmente realizasse uma rifa beneficente”, informou o Ministério Público.
A equipe do Ministério Público também apurou que a organização criminosa cometeu 24 roubos desde 2007, mas a maior parte praticamente não tem registro. Assim, eles acreditam que o número de crimes é muito maior. Em uma ocasião, eles levaram uma carga de projetores avaliada em R$ 24 milhões.
Os materiais apreendidos serão analisados pelo MPMG e Polícia Militar para averiguar o envolvimento de outras pessoas no caso, entre elas servidores públicos de Minas, Espírito Santo e Rio.