Jornal Estado de Minas

Rio Doce pode ser afetado em caso de rompimento da barragem de Barão de Cocais

 

Em caso de rompimento da Barragem Sul Superior, da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central do estado, o Rio São João, que pertence à bacia do Rio Doce, será atingido. De acordo com a Defesa Civil, a estimativa é que 1,2 quilômetro separe o topo da barragem e o manancial. 

 

A Bacia do Rio Doce é a mesma afetada pela Barragem de Fundão, em Mariana, em novembro de 2015. Por volta das 21h dessa sexta-feira (22), as autoridades acionaram as sirenes na represa de Barão de Cocais e elevaram o risco de rompimento para o nível 3, que representa situação de ruptura iminente.

 

A comunidade que mora num raio de 10 quilômetros da represa já havia sido evacuada em 8 de fevereiro, mas a preocupação da Coordenadoria de Defesa Civil de Minas Gerais agora é com a população que mora imediatamente depois da Zona de Autossalvamento (ZAS) – cerca de 3 mil pessoas. Elas devem passar por um treinamento neste domingo ou segunda-feira. O cronograma prevê a retirada de 9 mil pessoas nos bairros Centro, São Geraldo, São Benedito, Três Moinhos e Regina, localizados às margens do rio São João.

 

Na manhã deste sábado, o coordenador do comitê de resposta imediata da Vale, Marcelo Klein, admitiu que a estrutura é a que demanda mais cuidados, por parte da mineradora, no Quadrilátero Ferrífero. Klein disse que a sirene informando o nível 3 soou por precaução, a fim de alertar moradores das residências localizadas nas zonas secundárias, que incluem o Centro do município.

 

Caso haja rompimento, haverá 1 hora e 12 minutos para retirada das 3 mil famílias da chamada zona secundária. "O plano está pronto e foi elaborado com Polícia Militar,  bombeiros outras  instituições", afirmou o tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil. 

 

A barragem Sul Superior é uma das 10 barragens de alteamento a montante (mesmo tipo das que causaram tragédias em Brumadinho e Mariana) inativas remanescentes da Vale. A estrutura está incluída no programa de descomissionamento anunciado pela mineradora. 


Moradores das comunidades próximas à barragem haviam sido retirados do local no começo de fevereiro. Ao todo, 452 pessoas saíram às pressas de suas casas naquela ocasião, durante a madrugada de uma sexta-feira, após o acionamento dos sinais sonoros de emergência.

As medidas, segundo a Vale, faziam parte do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM). 

 

(Com Gustavo Werneck e Déborah Lima) 


 

.