A mineradora Vale sabia, desde 1º de março, que havia risco iminente de ruptura da Barragem Sul Superior, da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, pelo fenômeno de liquefação, o mesmo que resultou nos desastres de Brumadinho e Mariana. Ainda assim, a elevação para o nível 3, o último antes do rompimento, só aconteceu na última sexta-feira (22), 21 dias depois que a Walm Engenharia, auditoria externa contratada pela gigante da mineração, alertou para o quadro. As informações estão presentes em Ação Civil Pública (ACP) movida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
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Juíza suspende expediente de fórum de Barão de Cocais por três diasMP pede bloqueio de até R$ 3 bi da Vale e elaboração de plano para garantir segurança de barragem em Barão de CocaisNúmero de mortos identificados em Brumadinho sobe para 214Paliativos eram saída para que barragens em Ouro Preto e Nova Lima não parassem de operarBarragem da Vale que se rompeu em Brumadinho era a 3ª em escala de risco
A situação de risco iminente de ruptura também abrange outras barragens em Minas, segundo o Ministério Público. São elas: Vargem Grande, Capitão do Mato, Dique B e Taquaras, em Nova Lima; Menezes 2, em Brumadinho; Laranjeiras e Sul Superior, em Barão de Cocais; e Forquilha 1, 2 e 3, em Ouro Preto.
Vale lembrar que a Barragem de Laranjeiras está no Complexo de Brucutu, o maior do estado, e recentemente teve suas atividades restabelecidas por decisão da Justiça. Segundo o MP, há um incrimento do risco, já que os rejeitos continuam sendo depositados na represa, mesmo que ela esteja em risco.
Diante disso, o MP pede o bloqueio de R$ 10 milhões para cada estrutura, totalizando R$ 120 milhões, para que seja custeada a auditoria técnica necessária para garantir a segurança das barragens.
A Vale informou que "por recomendação da empresa de auditoria independente, interrompeu em 1º de março o monitoramento manual e as inspeções de campo na barragem Sul Superior, na mina de Gongo Soco.