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Estado de Minas

Vale sabia da situação iminente de rompimento em Barão de Cocais há mais de 20 dias

Segundo o Ministério Público, a auditora Walm Engenharia, contratada pela mineradora, havia avisado sobre risco de liquefação na estrutura em 1º de março; ainda de acordo com o MP, 12 estruturas estão em risco severo no estado


postado em 24/03/2019 17:24 / atualizado em 25/03/2019 11:41

(foto: Leo Tavares/Divulgação - 22/02/2008)
(foto: Leo Tavares/Divulgação - 22/02/2008)

 

A mineradora Vale sabia, desde 1º de março, que havia risco iminente de ruptura da Barragem Sul Superior, da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, pelo fenômeno de liquefação, o mesmo que resultou nos desastres de Brumadinho e Mariana. Ainda assim, a elevação para o nível 3, o último antes do rompimento, só aconteceu na última sexta-feira (22), 21 dias depois que a Walm Engenharia, auditoria externa contratada pela gigante da mineração, alertou para o quadro. As informações estão presentes em Ação Civil Pública (ACP) movida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).


“A partir de verificação das informações de monitoramento recebidos na quinta anterior (28/2) que, contendo indícios de movimentação tanto no radar, quanto nos prismas, indicou uma possível movimentação e, em função desta indício foi determinada a paralisação de qualquer atividade dentro da mina, para não expor pessoas ao risco”, afirma, em e-mail enviado à Vale, o engenheiro Marcelo Riul, da Walm Engenharia. No mesmo e-mail, Riul afirma que os dados apurados pela Walm Engenharia “indicam risco de ruptura da estrutura pelo fenômeno da liquefação”.


A situação de risco iminente de ruptura também abrange outras barragens em Minas, segundo o Ministério Público. São elas: Vargem Grande, Capitão do Mato, Dique B e Taquaras, em Nova Lima; Menezes 2, em Brumadinho; Laranjeiras e Sul Superior, em Barão de Cocais; e Forquilha 1, 2 e 3, em Ouro Preto.


Vale lembrar que a Barragem de Laranjeiras está no Complexo de Brucutu, o maior do estado, e recentemente teve suas atividades restabelecidas por decisão da Justiça. Segundo o MP, há um incrimento do risco, já que os rejeitos continuam sendo depositados na represa, mesmo que ela esteja em risco.


Diante disso, o MP pede o bloqueio de R$ 10 milhões para cada estrutura, totalizando R$ 120 milhões, para que seja custeada a auditoria técnica necessária para garantir a segurança das barragens.

A Vale informou que "por recomendação da empresa de auditoria independente, interrompeu em 1º de março o monitoramento manual e as inspeções de campo na barragem Sul Superior, na mina de Gongo Soco. Desde então são realizados apenas serviços pontuais, em alinhamento com a própria auditora. A decisão de elevar o alerta para o nível 3 do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM), no dia 22 de março, foi tomada pela Vale de forma preventiva depois que a mesma empresa auditora identificou divergência de dados entre os dois sistemas de monitoramento da estrutura. Desta forma, o nível de alerta foi alterado e as sirenes foram acionadas, cumprindo o protocolo previsto no PAEBM”, informou a mineradora em nota.


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