Barão de Cocais – Sirenes voltaram a soar, nesta segunda-feira, em Barão de Cocais, na Região Central do estado. Com escolas, comércio e repartições fechadas, em uma segunda-feira na qual a rotina foi substituída pela preparação para escapar de uma catástrofe, desta vez os moradores pelo menos sabiam o motivo. Os alertas marcavam o início do simulado de emergência com pessoas que podem ser atingidas em caso de rompimento da Barragem Sul Superior, da Mina de Gongo Soco, da mineradora Vale. Na sexta-feira, quando o alarme disparou na cidade pela segunda vez em menos de dois meses, a estrutura entrou no mais alto nível de risco, que indica ameaça de rompimento iminente. O alerta sonoro já havia sido acionado em 8 de fevereiro, quando o patamar de risco subiu para o nível 2, determinando a retirada de 452 moradores das casas localizadas na área mais vulnerável.
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Ministro do Meio Ambiente pede foco em questões relevantes para evitar novos desastresVale pode ser obrigada a construir muro entre barragem e Barão de CocaisVale apresenta megaestrutura de 35 metros de altura para conter rejeitos em Barão de CocaisViaturas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar começaram a circular, pontualmente às 16h, horário marcado para início do treinamento. Em seguida, um veículo da Defesa Civil fez um alerta simulando as sirenes. Moradores que já tinham recebido informações sobre as rotas de fuga e pontos de encontro foram para um dos sete locais selecionados previamente, onde foram acolhidos.
Vinte e seis atendimentos foram feitos durante o simulado, sendo que três pessoas precisaram de ser levadas para hospitais. “Tivemos um caso de mal súbito, um caso de hipoglicemia e uma pessoa que se machucou por queda da moto”, disse o tenente-coronel Flávio Godinho, porta-voz da defesa Civil.
A rota 6 foi a mais usada durante o treinamento.
Grávida de oito meses, Luciana Aparecida Estêvão, de 23, mora na área de risco próxima ao rio.
DÚVIDAS Nascida e criada em Barão de Cocais, Hortalina Ferreira, de 90, mora sozinha em uma casa perto do antigo prédio do fórum, no Centro, que está na rota de eventual onda de rompimento, e do Rio São João, por onde desceriam os rejeitos. Nesta segunda, acompanhada de duas sobrinhas, ela cumpriu o trajeto de sua moradia até o ponto de encontro em sete minutos. “Foi tranquilo”, disse Hortalina, ao lado de Rogéria do Carmo, de 63, e Eliane Maria do Carmo, de 62. A preocupação de Rogéria, que acomodou a tia em sua casa, é quanto aos próximos dias. “Ela ficou em minha casa por orientação da assistência social, mas terei que viajar. Ninguém falou ainda nada sobre hotel. Vamos esperar.”
MOBILIZAÇÃO O prefeito local, Décio Geraldo (PV), aprovou o simulado.
No domingo, foram instaladas 1 mil placas sobre os pontos de encontro. O simulado de hoje contou com 652 pessoas trabalhando, 24 viaturas da PM, oito do Corpo de Bombeiros, 10 ambulâncias e duas aeronaves, entre outros veículos.
Na quarta-feira começa nova fase da operação. O intuito é entrar em contato com quem não participou do simulado. A equipe da Defesa Civil vai propor que sejam oferecidos hotéis para moradores com necessidades especiais. “São 46 pessoas e suas famílias que precisam de um tratamento diferenciado”, acrescentou o tenente-coronel Godinho..