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Estado de Minas

Indígenas protestam em rodovias mineiras contra proposta do Ministério da Saúde

Secretaria Especial de Saúde Indígena seria transformada em um departamento. Ministério diz que eventuais mudanças ainda estão em análise


postado em 27/03/2019 11:41 / atualizado em 27/03/2019 17:41



Membros de diferentes tribos indígenas de Minas Gerais protestaram, na manhã desta quarta-feira, contra a propostas do Ministério da Saúde de mudanças no atendimento a essas populações. Uma das ideias seria transformar a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) em um departamento em outra secretaria. A mobilização também ocorre em outras partes do país. 

Em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, cerca de 300 índios interditaram parcialmente a BR-116. A rodovia foi liberada 17h20. Em Caldas, no Sul de Minas Gerais, indígenas protestaram na BR-459. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) da região, a pista foi liberada por volta das 11h em clima tranquilo. 

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) divulgou, por meio de nota, que os povos se manifestam contra propostas do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que levariam ao “fim do subsistema de saúde indígena”. O governo federal, segundo eles, tem intenção de municipalizar o atendimento. 

Protesto de indígenas em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce(foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação)
Protesto de indígenas em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce (foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação)


“O senhor Ministro da Saúde demonstrou indiferença em relação a preocupação dos povos indígenas, pois continua reafirmando em suas manifestações a transformação da SESAI em um mero departamento. Na prática, a medida é um golpe contra a política de saúde, já que, convertida em departamento, a SESAI perderá sua autonomia administrativa, orçamentária e financeira”, diz o texto publicado no perfil do grupo no Facebook.

Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde informou que eventuais mudanças no desenvolvimento das ações de vigilância e assistência à saúde aos povos indígenas ainda são objeto de análise e discussão. “Cabe ressaltar que não haverá descontinuidade das ações. Para isso, o Ministério tem se pautado pela garantia da continuidade das ações básicas de saúde, a melhoria dos processos de trabalho para aprimorar o atendimento diferenciado à população indígena, sempre considerando as complexidades culturais e epidemiológicas, a organização territorial e social, bem como as práticas tradicionais e medicinais alternativas a medicina ocidental”, pontuou o Ministério. 

Em Caldas, no Sul de Minas Gerais, indígenas fecharam a BR-459(foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação)
Em Caldas, no Sul de Minas Gerais, indígenas fecharam a BR-459 (foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação)



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