O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF) publicaran nota técnica desmentindo a informação de que o Rio São Francisco foi afetado pela lama de rejeitos da barragem da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, que se rompeu em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A possível contaminação foi divulgada pela Fundação SOS Mata Atlântica, que monitora o Rio Paraopeba desde o rompimento, em 25 de janeiro. No documento, os órgãos afirmam que os rejeitos não ultrapassaram a Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, entre Curvelo e Pompeu, e que não houve tempo hábil para o material chegar no Velho Chico.
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Bombeiros que atuaram em Brumadinho vão ajudar no resgate em MoçambiqueIndenizações para moradores de condomínios geram polêmica em BrumadinhoMortos por rompimento de barragem da Vale em Brumadinho sobem para 216Após expedição, Igam diz que Rio São Francisco não foi atingido por minério de barragemNa note técnica, o Ibama contesta a informação. Segundo o órgão, foram criados pontos de coletas em 21 pontos de coleta ao longo da bacia, contemplando, inclusive a Usina de Retiro Baixo e a de Três Marias.
“O tempo médio de residência da água nos reservatórios pode ser definido como o tempo de percurso de determinada massa de água desde o momento que entra no sistema até o momento de sua saída. Nas UHE´s Retiro Baixo e Três Marias o tempo médio de residência é de 50 e 365 dias respectivamente (Nota Técnica nº 3/2019/CEPTA/DIBIO/ICMBio), ou seja, após a entrada da água nova em cada reservatório é necessário, em média, que esse tempo seja decorrido até que ela saia.
Considerando que o acidente ocorreu a cerca de 60 dias e que o vertedouro da UHE de Retiro Baixo está a aproximadamente 308 km da área do desastre, ainda não houve tempo hábil para passagem do material extravasado da Barragem B1 da Vale pelo reservatório”, explicou na nota.
O Ibama também cita a situação das mortes de peixes. Segundo o órgão, a maior parte da mortandade se deu de forma mais aguda nos primeiros dias do desastre, entre 26 e 31 de janeiro. Outro pico aconteceu em 16 e 17 de fevereiro, o que o Ibama relaciona com a chuva. Foram recolhidas 1773 carcaças de peixes no Rio Paraopeba.
“A mortalidade dos peixes ocorreu de forma aguda logo após a chegada dos rejeitos no rio Paraopeba, sendo que o trecho mais impactado tem cerca de 44 km, entre a foz do córrego Ferro e Carvão (ponto em que os rejeitos atingiram o Paraopeba) e a Usina Termoelétrica (UTE) localizada em Juatuba-MG”, disse o Ibama na nota técnica. “Entretanto, os espécimes que sobreviveram ainda estão sob condições inadequadas e poderão ter funções biológicas comprometidas, acarretando em mudanças comportamentais, redução de crescimento, redução da taxa reprodutiva e até mesmo morrerem (Nota Técnica nº 3/2019/CEPTA/DIBIO/ICMBio)”, completou. .