Um casal preso com drogas no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, e que teria ligação com uma organização criminosa de São Paulo, foi condenado pela Justiça. As penas, juntas, superam 20 anos de prisão. Os réus foram detidos em setembro de 2018 com aproximadamente 35 quilos de cocaína. O entorpecente estava escondido em um cofre que estava em um fundo falso de uma caminhonete. O material foi adquirido em São Paulo e seria levado para Pedro Leopoldo, na Grande BH.
As prisões aconteceram durante uma operação da Polícia Militar Rodoviária (PMRv). Na noite do dia 1º de setembro do ano passado, policiais avistaram o Fiat Toro passando pelo Anel Rodoviário e os ocupantes em atitude suspeita. Segundo o boletim de ocorrência da PM, o condutor aparentava estar indeciso quanto o trajeto que faria no trecho. Por causa disso, os militares abordaram o veículo.
Na caminhonete estava um casal, que entrou em contradição ao serem perguntados o que fariam em Minas Gerais. Diante disso, os policiais fizeram uma busca minuciosa no veículo. Atrás do banco de passageiros, foi encontrado um compartimento secreto, onde estava escondido um cofre. Dentro dele, foram apreendidos 30 tabletes de cocaína.
O motorista, identificado com o Francisco Iderlânio Caetano de Lima, de 43 anos, informou aos militares que recebeu a proposta de um homem, chamado de Alemão, em São Paulo. Segundo consta no boletim de ocorrência, ele informou que se encontraria com um desconhecido em Pedro Leopoldo onde repassaria a caminhonete. Disse, ainda, que sabia do cofre, mas desconhecia a droga. Ele receberia R$ 2 mil pelo serviço.
O condutor afirmou, também, que a mulher não sabia do transporte do material ilícito. Porém, de acordo com a PM, ao ser questionada, a passageira admitiu que sabia da existência da droga. Enquanto confeccionavam o boletim de ocorrência, várias ligações foram realizadas de um número de São Paulo para o celular de Francisco. A pessoa do outro lado da linha chegou a oferecer R$ 90 mil aos policiais para liberar o material.
Francisco foi condenado a nove anos e quatro meses de reclusão em regime fechado e 940 dias-multa. Vitória Silva de Melo foi condenada a 10 anos e seis meses de reclusão em regime fechado e 1050 dias-multa. Cada dia-multa corresponde a 1/30 do salário-mínimo. Ela vai poder recorrer em liberdade, pois conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).