Jornal Estado de Minas

Bombeiros militares mineiros começam a embarcar para Moçambique


A tropa mineira formada por 20 bombeiros militares embarca na noite desta sexta-feira (29) rumo a Moçambique, na África. Com 8,9 toneladas de alimentos e equipamentos, a equipe especializada em desastres, como os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho, deve chegar ao país arrasado pelo ciclone Idai por volta das 17h deste domingo (31). Eles saem do aeroporto da Pampulha logo após uma cerimônia promovida pela corporação. 
 
Chefe de Estado-Maior, o coronel Erlon Dias deu detalhes do plano de voo a ser seguido. "Vai sair daqui, de Belo Horizonte, e parar em Recife para a troca da tripulação e abastecimento. Depois, vamos parar em Gana, de lá vamos para Luanda (capital da Angola), onde vamos pernoitar. No outro dia, seguimos para Moçambique", detalhou o militar. 
 
Comandante das operações em Moçambique, o major Rafael Rosendey ressaltou que os trabalhos serão apoiados por duas caminhonetes, dois botes e de equipamentos especializados para a situação do país africano. "São ferramentas leves. Nós não sabemos o que vamos encontrar, mas são equipamentos muito eficientes.
Ferramentas de corte e específicas para trabalhar com estruturas colapsadas e em enchentes e inundações" destacou. 


 
De acordo com a corporação, a equipe é especialista em diversos procedimentos, como doutrinas de Salvamento em Soterramentos, Enchentes e Inundações (SSEI), Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (BREC), Operações Aéreas (OA). O fenômeno natural já deixou mais de 700 mortos em todo o continente africano. Não haverá prejuízos para a operação em Brumadinho e nas demais atribuições da corporação, como os treinamentos de evacuação. 
 

 
 
O ciclone Idai atingiu, além de Moçambique, o Zimbabué e Malawi. Mais de 2,5 milhões foram diretamente afetadas e as inundações decorrentes do fenômeno atingiram também Madagascar e a África do Sul. Os ventos chegaram a 200 km/h.

 
Itamaraty 

A primeira operação internacional dos bombeiros mineiros também podem render benefícios para a política externa do Brasil. "O fato de conseguir fazer isso é muito importante. O Itamaraty tem recursos para ação humanitária.
Moçambique é um país-irmão, de língua portuguesa. O fato do Brasil poder ajudar e mandar esses bombeiros, que fizeram um trabalho bonito em Brumadinho, é muito importante para nossa imagem e nossa autoestima", ressaltou a embaixadora Maria Auxiliadora Figueiredo, chefe do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores em Minas Gerais (Ereminas).
 
A operação também contará com esforços da Força Aérea Brasileira (FAB). Contudo, os militares da FAB não concederam entrevistas à imprensa.  
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