Uma doença altamente contagiosa, cujo agente causador é capaz de atravessar estados, países e até continentes em curto espaço de tempo, representa uma ameaça concreta para cerca de 40% da população de Minas. Ao mesmo tempo em que se anuncia que o Brasil está prestes a perder o certificado de país livre do sarampo, números das autoridades sanitárias indicam que são cerca de 8,5 milhões de pessoas sem imunização adequada em território mineiro, considerando a primeira e a segunda doses da vacina (veja quadro com a cobertura por faixa etária).
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Registros de dengue em 2019 em Minas já superam os dois últimos anos juntosBrasil perderá certificado de país livre do sarampoCasos notificados de sarampo quase dobram em 18 dias em MinasMinas Gerais registra 36 notificações suspeitas de sarampo em 16 cidadesA estimativa da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) é de que haja aproximadamente 3 milhões de pessoas entre 1 e 49 anos que não receberam a primeira dose da vacina tríplice viral – que também protege contra rubéola e caxumba. Em relação à segunda dose, a situação é ainda pior. A estimativa é de 5,5 milhões sem proteção. As doses são distribuídas gratuitamente o ano todo nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Especialistas mostram preocupação e recomendam a vacinação.
Casos de sarampo voltaram a ser registrados no país no ano passado, associados à chegada de imigrantes venezuelanos a Roraima, na Região Norte.
A volta do sarampo deixa autoridades sanitárias nacionais em alerta. “É uma doença que preocupa em qualquer momento e em qualquer lugar do mundo.
EM MINAS O diagnóstico confirmado no estado, neste ano, foi de um paciente italiano, de 29 anos, morador de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. É tratado como um caso importado, pois a doença teria sido contraída na Europa. Desde janeiro de 2018, foram notificados 493 casos suspeitos em 144 municípios mineiros. Desses, 415 foram descartados e 77 ainda estão sendo investigados. “A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais está atenta para a circulação do vírus no território, já que o sarampo é uma doença de alta transmissibilidade”, explicou a pasta, em nota.
A baixa cobertura vacinal é preocupante.
A DOENÇA A transmissão do sarampo pode ocorrer de uma pessoa a outra por meio de secreções expelidas ao tossir, falar, espirrar ou até na respiração. O contágio pode se dar ainda por dispersão de gotículas no ar, em ambientes fechados. Por isso, é considerada uma doença infecciosa viral extremamente contagiosa. Os principais sintomas são manchas avermelhadas em todo o corpo, febre alta, congestão nasal, tosse e olhos irritados, além de poder causar complicações graves, como encefalite, diarreia intensa, infecções de ouvido, pneumonia e até cegueira, sobretudo em crianças com problemas de nutrição e pacientes imunodeprimidos..