Jornal Estado de Minas

'Contem comigo', diz Paola Antonini a vítimas de tatuador de BH suspeito de assédio

Tatuador foi preso nessa segunda-feira em Lagoa Santa, na Grande BH - Foto: Reprodução / Instagram
A modelo Paola Antonini Franca Costa, de 25 anos, utilizou as redes sociais para fazer um desabafo sobre o caso do tatuador Leandro Caldeira Alves Pereira, suspeito de abusar sexualmente de clientes em Belo Horizonte. A jovem fez nove tatuagens com o homem, mas afirmou que não sofreu nenhum tipo de abuso. Ela disse que ficou triste ao saber das denúncias, agradeceu as mulheres que tiveram coragem de falar sobre os casos e ofereceu ajuda a elas. “É algo que abomino, é repugnante, é algo muito grave”, disse sobre o crime que o profissional é acusado.

A Justiça já tinha decretado a prisão do tatuador na última semana. Nesse domingo, Leandro acabou preso na casa de amigos em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, ao menos 15 mulheres procuraram a delegacia para denunciar o homem por abusos sexuais.

Depois que as denúncias vieram à tona, muitas pessoas procuraram por Paola Antonini, que já tinha feito tatuagens com ele.  “Há alguns dias, fiquei sabendo que o meu tatuador, que fez nove das minhas dez tatuagens, estava recebendo várias denúncias de assédio de várias meninas.
Eu fiquei muito chocada com isso tudo. Muito triste, com isso, porque foi algo que não aconteceu comigo. Se eu falar que eu vi alguma coisa, senti alguma coisa, eu vou estar mentindo, porque não aconteceu mesmo”, disse.



“Eu já indiquei para muitas de vocês, minha mãe, e nunca soube de nada disso. É algo que eu abomino, é assim repugnante, algo muito grave. E foi muito triste para mim. Sei que não tem como controlar, sei que não dá para gente prever algumas coisas.
Mas sinto uma responsabilidade social muito grande”, desabafou.

A modelo aproveitou para exaltar a atitude das mulheres que fizeram as denúncias. “Agradeço a todas as mulheres e meninas que foram corajosas de falar sobre este assunto. Eu sei que não é fácil. Muitas meninas devem ter demorado muito tempo para perceber o que aconteceu. Queria falar mesmo que contem comigo. Se tem alguma pessoa passou por isso, não fique sem graça de falar. Podem contar comigo.  Vamos nos juntar, porque é algo muito grave.
Sei que não é a primeira vez que aconteceu, mas a gente pode nos juntar para ser sim a última. Essas coisas acontecem em todos os lugares, em todas as áreas. Mas, vamos nos unir para isso acabar ou pelo menos fazer nossa parte”, finalizou.

Relembre


As histórias vieram à tona depois que a ativista e professora de literatura Duda Salabert, que também foi candidata ao Senado nas últimas eleições, utilizou o Instagram para falar sobre sua preferência em tatuar com profissionais mulheres. Depois da publicação, recebeu diversas mensagens de mulheres relatando casos de abusos, entre eles, os casos da empresa da capital mineira.

O crime é previsto no artigo 215 do Código Penal. Segundo a lei, configura-se crime "ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima." É prevista prisão de dois a seis anos. .