O destino de aproximadamente 2,5 mil moradores das proximidades da Barragem Casa de Pedra, em Congonhas, na Região Central de Minas, será decidido nos tribunais. Pelo menos é o que indica a postura da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que até hoje não havia respondido ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) se acata ou não a recomendação de evacuar a população dos bairros Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro. Depois de a empresa ignorar pela segunda vez o prazo dado pelas autoridades para avaliar, promotoria diz que tentativas de acordo estão encerradas.
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CSN ganha tempo para decidir se removerá moradores próximos à barragem de CongonhasMineradoras têm 20 dias para apresentar planos emergenciais em CongonhasBarragem Casa de Pedra, em Congonhas, possui risco de rompimentoCongonhas vai criar plano de segurança de barragensJustiça mantém atividades em barragem na segunda maior mina da Vale no estado PBH terá que comprovar se precisará de ações para evitar falta de água após tragédia em BrumadinhoEm 26 de março, venceu o primeiro prazo, sem que a CSN se manifestasse.
O promotor se reuniu nesta terça com líderes comunitários para pegar informações que vão nortear a ação a ser proposta nos próximos dias. “A necessidade de remover as pessoas é algo que consideramos inegociável.
Além da retirada de moradores, a promotoria pede que a empresa forneça aluguel de R$ 1,5 mil para cada núcleo familiar e arque com as despesas das mudanças. De acordo com a recomendação, a mineradora deverá ter ainda um plano para remoção voluntária dos moradores dos dois bairros, seja por meio da compra de imóveis em Congonhas ou outra cidade; ou mediante a criação de bairros, com toda infraestrutura prevista em lei, e/ou mediante a indenização dos proprietários. Na avaliação dos imóveis, a orientação é de não se considerar a desvalorização devido aos rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho.
A empresa terá ainda que apresentar, em caráter emergencial, solução para o fechamento da Creche Dom Luciano e a transferência da Escola Municipal Conceição Lima Guimarães. A recomendação é alugar imóveis que comportem essas instalações. Além disso, deverá arcar com todas as despesas de mudança e ajustes dos prédios aos enquadramentos técnicos necessários.
ÁREA URBANA A CSN foi procurada para se posicionar, mas não havia respondido até o fechamento desta edição.
O Ministério Público está de olho também na situação das outras 23 barragens instaladas em Congonhas. Em 19 de março, a promotoria deu 20 dias a cinco mineradoras – CSN, Vale, Gerdau, Ferrous e Ferro %2b – para elas apresentarem plano de trabalho com medidas que possam diminuir danos em caso de rompimento de barragem ou mesmo evitar uma catástrofe. As ações se referem aos planos de ação de emergência e ao plano municipal de controle de situação das represas..