O destino de dois integrantes da Torcida Organizada Galoucura envolvidos no espancamento de um torcedor da Máfia Azul, horas antes da final do Campeonato Mineiro de 2018, está nas mãos da Justiça. Dois dos cinco acusados de tentativa de homicídio foram ouvidos nesta terça-feira no 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, do Fórum Lafayette. Foi concedida vista do processo para a acusação e a defesa se pronunciarem sobre o caso. Depois, o processo volta para o juiz Marcelo Rodrigues Fioravante, que vai determinar se eles vão a júri popular ou não. Três membros da agremiação seguem foragidos.
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Membros da Galoucura que espancaram cruzeirense participam de audiência em BHJustiça determina prisão e afastamento de quatro membros da GaloucuraPresidente e membro da Galoucura são soltos após pagarem fiança de R$ 1 mil cadaPolícia Militar prende presidente e integrante da Galoucura em Belo HorizonteImagens mostram bandeirão roubado da Galoucura sendo queimadoJustiça extingue pena de atleticano envolvido em agressão a cruzeirenseTJ decide que membro da Galoucura não tentou matar cruzeirense e libera réuIntegrante da Galoucura é julgado por tentativa de homicídio em briga com 'rival' da Máfia AzulMembros da Galoucura que espancaram cruzeirense em BH vão a júri popularMarcos afirmou ter dado um único golpe na vítima, que caiu. Depois, saiu do local imediatamente, não sabendo o que aconteceu depois. Na época do tumulto, ele estava em saída temporária da prisão devido a morte de um cruzeirense em 2010, em frente ao Chevrolet Hall. Por este crime, ele foi condenado a 17 anos de prisão.
Já Alan Cardoso afirmou que estava em um ponto de ônibus quando foi abordado por policiais militares. Em depoimento, disse que, como não encontraram nada suspeito, os policiais disseram que iriam parar um ônibus para ele e um grupo entrarem e ir embora. Nesse momento, alegou ter sido provocado e apedrejado pela torcida rival, que passou em uma Kombi.
Completou dizendo que ouviu pedidos de socorro de dois torcedores atleticanos e avisou aos policiais, quando foi orientado por eles em resposta: “vai lá e pega”. Alegou, ainda, ter sido instigado pelos militares a entrar em confronto. O réu afirmou que, quando viu a vítima caída no chão, achou até que a mesma estava morta e em um ato instintivo colocou o pé no rosto da vítima e o empurrou de leve, sem o intuito de causar mais danos. Além deles, dez testemunhas foram ouvidas. Outras sete foram dispensadas. Com isso, a fase de instrução do processo foi encerrada. O magistrado vai decidir se eles vão a júri.
O crime ocorreu em 4 de março do ano passado, horas antes do jogo entre Atlético e Cruzeiro. Os grupos de torcedores rivais se encontraram na Avenida Francisco Sá, no Bairro Prado, onde iniciaram o confronto. Eles se enfrentaram com rojões, paus e pedras. Enquanto militares continham um tumulto na via, houve a informação de que na Rua Cura D'ars havia outra briga, onde um cruzeirense foi espancado por atleticanos.
No local, os policiais encontraram um jovem com camisa de uma organizada do Cruzeiro desmaiado. Uma equipe do Serviço Móvel de Urgência (Samu) o levou para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. Depois de receber atendimento médico na unidade hospitalar, ele ficou em observação.
Após pericia nas imagens de câmeras de segurança no local dos confrontos, foi constatado que o rapaz ferido também participava dos ataques aos rivais, com um pedaço de pau. Ele, além de vítima, foi registrado no boletim de ocorrência da PM também como autor das agressões, junto com os outros 18 envolvidos.