“Receber bem, eles recebem sempre. Mas a resposta deles não é concreta. Até hoje, eu não recebi um centavo”. Assim, o pescador capixaba Albertino dos Santos, de 54 anos, descreve o trabalho da Fundação Renova, criada para reparar os danos da catástrofe de Mariana. Albertino é um dos cerca de 60 trabalhadores do setor residentes no Espírito Santo que ocuparam o escritório da Fundação Renova, no Bairro Funcionários (Região Centro-Sul de BH), na noite desta terça-feira (9).
O objetivo da mobilização era buscar uma resposta da fundação para os pescadores impactados no Espírito Santo, principalmente da cidade de Linhares. Eles cobraram os repasses emergenciais, bem como as indenizações por parte da Renova.
O principal impasse na questão se concentra na regularização dos pescadores. Isso porque boa parte deles não estava registrado no extinto Ministério da Pesca e Aquicultura, extinto pelo governo Dilma Rousseff (PT) aproximadamente um mês antes do rompimento da Barragem de Fundão.
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Em conversa com a reportagem, os pescadores também reclamaram da falta de apoio de órgãos do poder público, com Defensoria e Ministério Público. Eles chegaram em Belo Horizonte no fim da manhã desta terça e devem retornar ao Espírito Santo durante a madrugada.
Quanto aos próximos passos da negociação, Milton Jorge sustenta que a Renova “empurra com a barriga” as decisões. Contudo, o movimento vai tentar, nos próximos dias, dialogar com os diretores da fundação para tentar garantir seus direitos.
Em nota, a Fundação Renova informou que os pescadores foram recebidos por “representantes dos programas de Indenização Mediada, Cadastro e Direitos Humanos e tiveram atendimento individualizado com informações sobre o andamento do pagamento de indenizações e do programa de cadastro”.
Ainda conforme a nota, a Renova reconheceu 1.870 famílias de Linhares, repassando R$ 281 milhões em indenizações e auxílios financeiros emergenciais.
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