Uma ocorrência envolvendo um casal de moradores do Bairro Santa Cruz, Região Nordeste de Belo Horizonte, mobilizou a Polícia Militar (PM) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na manhã desta quinta-feira.
O homem tem 48 anos e a mulher, 38. Os dois são casados há quatro anos e ela está grávida. Segundo informações de vizinhos, eles trabalham juntos como autônomos e ele é pastor de uma igreja evangélica do bairro. A ocorrência foi comunicada à polícia por volta das 7h.
“Estávamos patrulhando quando recebemos uma ocorrência de prioridade de que havia um cidadão se esfaqueando. Na nossa chegada encontramos o imóvel com muito sangue. A companheira do indivíduo estava no quarto”, explicou o tenente Daniel Pantuzzo, da Polícia Militar.
Informações dão conta que o casal dormia quando o homem acordou transtornado e deu uma martelada na cabeça da esposa. Quando ele saiu do quarto, ela se trancou e começou a gritar por socorro. O homem foi para outro cômodo com uma faca e começou a se cortar. Foi nesse momento que a polícia chegou.
“Primeiramente, com a nossa equipe, tentamos conversar, e ele se esfaqueando, estava muito nervoso. Ele só falava que queria morrer. Tentamos colher outras informações, quem ele era, se tinha algum familiar, tentando conversar, mas com a negativa foi necessário o acionamento do Bope (Batalhão de Operações Especiais), a equipe de negociação, e conseguiram fazer um excelente trabalho”, contou o militar.
Conforme o tenente, foi preciso usar um taser (arma de choque) para imobilizá-lo. “É de extrema dificuldade, porque como ele estava com a faca fincada no corpo, tem que esperar o momento oportuno. Ele podia cair e enfiar (a faca) ainda mais. Estava com várias lesões”. As negociações levaram cerca de uma hora. “Acredita-se num surto psicótico porque ele estava muito transtornado”, informou o policial. O homem teria depressão, mas a informação ainda não foi confirmada.
Duas ambulâncias estavam a postos na rua para atender o casal. A movimentação e policiais e equipes de resgate assustou os vizinhos como relatou o aposentado Márcio Salgueiro, de 58 anos. “Eu pensei que era um assalto, nunca poderia imaginar que era uma briga de casal”, comentou. “É muito triste a situação que estamos vivendo atualmente no país. Essa quantidade de homicídios, o país parece que está desorganizado demais. A questão da agressão à mulher está uma coisa espantosa, é muito triste a gente saber disso”, lamentou Salgueiro.
A dona de casa Maria Ribeiro, de 68 anos, também se surpreendeu com o episódio de violência. “Nunca imaginei. Ele é muito bacana, calmo. A mulher dele de vez em quando chamava para ir à igreja”.
O auxiliar de confecção William Cezar mora no mesmo prédio do casal e ouviu a mulher gritar por socorro. Ele disse já ter ouvido algumas discussões deles, mas nada parecido com o que ocorreu hoje. “Acordei no meio da bagunça mesmo. Ela estava desesperada gritando por socorro. Na hora chamaram a polícia”, contou. Ambos foram levados para hospitais.