Os deputados federais Zé Silva (SD) e Áurea Carolina (PSOL), membros da comissão especial de Brumadinho, criticaram o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre a intenção de investir a multa aplicado pelo Ibama à Vale em parques federais. Os dois parlamentares desejam que o recurso de R$ 250 milhões seja aplicado nos municípios da Bacia do Paraopeba, direta e indiretamente atingidos pelo rompimento da Barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Por isso, Zé Silva articula com empresas estatais para aplicação dos recursos nas cidades atingidas, já que o dinheiro não pode ser transferido diretamente aos municípios. Isso porque a multa foi aplicada pelo Ibama, um órgão da União. “(Temos) projetos prontos de saneamento urbano nos municípios da bacia. Também queremos criar um centro de tecnologia para agricultura, que viria para diminuir a dependência dessas cidades com a mineração”, explicou o deputado. De acordo com ele, cada centro de tecnologia custaria entre R$ 10 e 15 milhões.
Segundo Áurea Carolina, a intenção do ministro também esbarra em conflitos ambientais que cercam os parques mineiros. Ela citou os casos das estruturas situadas na Região Norte do estado. “Ele (Ricardo Salles) não pode passar por cima desses confrontos”, disse a parlamentar.
Minas Gerais possui oito parques nacionais. O do Itatiaia, na divisa com o Rio de Janeiro, foi concedido à iniciativa privada no início deste ano. Os demais são os parques nacionais do Caparaó (Zona da Mata), Grande Sertão Veredas (Norte de Minas), Cavernas do Peruaçu (Norte de Minas), Serra do Gandarela (Grande BH), Serra do Cipó (Grande BH), Sempre-Vivas (Vale do Jequitinhonha) e Serra da Canastra (Centro-Oeste de Minas).
“Sete parques nacionais que ainda não têm infraestrutura para o turismo, não estão preparados para receber a população, não têm atrativos desenvolvidos da forma como deve ser”, disse Ricardo Salles durante a entrevista à Globo News na última segunda-feira (8).
“É uma grande oportunidade para o estado de Minas Gerais ter um grande investimento nesse montante de R$ 250 milhões. Investimento esse que traz não só conservação do meio ambiente, mas justamente a oportunidade de emprego e desenvolvimento de um estado que está muito fragilizado por causa dos problemas da mineração”, prosseguiu o ministro.
*Estagiário sob supervisão da redação do Estado de Minas