Nenhum de nós é tão importante quanto todos nós juntos. Foi seguindo essa filosofia que nasceu a Fraternidade Sem Fronteiras, uma organização humanitária com presença em seis países. A partir desta sexta-feira, solidários poderão participar de um encontro que promete conectar corações. De hoje a domingo, o Estádio Mineirão recebe o III Encontro Fraternidade sem Fronteiras, com expectativa de reunir mais de três mil participantes de todo o Brasil e de outros países.
Todo o evento é preparado por 800 voluntários. O valor das inscrições será revertido para os projetos da fraternidade, que atualmente possui três frentes de ações prioritárias no continente africano. Uma aldeia em Dondo, cidade da província de Sofala, foi atingida com o ciclone que devastou Moçambique; a ilha de Madagascar, onde a população enfrenta desnutrição em massa; e o pequeno Malawi que abriga mais de 30 mil refugiados e, de 23 mil crianças, apenas 2 mil estão nas escolas.
Para receber o público, a estrutura do evento foi pensada para transmitir a missão de “vivenciar e incentivar a prática da fraternidade, sem restrições étnicas, geográficas ou religiosas, amparando prioritariamente crianças e jovens em situação de vulnerabilidade ou risco social”.
O palco e os stands dão um novo significado ao lixo e utilizam apenas materiais recicláveis e reutilizáveis. São 14 espaços de experiências preparados para que o público conheça cada projeto apoiado pela FSF. No Stand de Madagascar, por exemplo, são 40m² que sensibilizam sobre a desnutrição e as ações do que é feito no país africano. Em outros espaços, os visitantes observam as cenografias com a cultura, educação, água, filosofia Ubuntu, microcefalia, moradia e saúde.
A primeira universitária acolhida pela fraternidade viajou de Moçambique para o Brasil e comemora a conquista. “Está sendo muito legal, estou amando. O Brasil é um país muito maravilhoso e abençoado”, conta Especiosa Marge. A estudante de 20 anos foi acolhida ainda em 2009, quando nasceu o projeto, em Moçambique. Segundo ela, o projeto a ajudou no transporte para a escola, que na época era longe. Quando se formou, escolheu fazer biologia e não perdeu o apoio. “A Fraternidade paga tudo e, de tudo que já fizeram por mim, me ensinaram ainda o espírito de amor ao próximo. Isso nos faz acreditar que ainda existem pessoas com coração bom no mundo”, conta Marge.
O presidente e fundador da organização, Wagner Moura, idealizou a organização ainda com um grupo pequeno no Mato Grosso do Sul e hoje se dedica ao trabalho na África Subsaariana “Já fazíamos trabalhos sociais em Campo Grande (MS), mas recebi um chamado no coração de poder servir a África nas regiões mais pobres do mundo”, contou.
Os padrinhos que se preocupam com o destino do dinheiro reforçam o compromisso da instituição com a transparência. “Hoje, 100% do dinheiro do padrinho vai para o projeto”, afirma o presidente. Segundo Wagner, para manter a estrutura administrativa é comercializado produtos, como livros e camisetas que estarão disponíveis no evento.
Após 10 anos de trabalhos, a organização, com voluntários e doações de padrinhos de todo o país, conseguiu acolher mais de 15 mil pessoas entre crianças, idosos e famílias, já construiu 144 casas e 10 poços artesianos e oferece 428 mil refeições por mês. Os apadrinhados dos 36 centros de acolhimento da fraternidade visitam Belo Horizonte e esperam para receber o abraço mineiro-fraterno.
Minas Gerais foi escolhido para sediar o evento por ser o estado com maior número de padrinhos. “É um encontro muito lindo, a gente forma uma corrente de irmãos pelo Brasil e pelo mundo. É olhar pro outro como irmão sem fronteira, seja ela religião, território ou condição financeira. Vamos nos unir em prol de uma causa pelo simples e puro prazer de ser útil”, convida o idealizador.
Clique aqui para se inscrever e acompanhar toda programação. O acesso ao III Encontro ocorre pela esplanada Norte, na entrada F do setor laranja do Mineirão, que fica na Avenida Antônio Abrahão Caram, nº 1001, Bairro São José, Região da Pampulha.
* Sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
* Sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.