A Polícia Civil, por meio do Instituto Médico Legal (IML), identificou a vítima do acidente aéreo ocorrido nesse sábado, em Belo Horizonte, por meio de exames de impressão digital e arcada dentária. Trata-se do médico Francisco Fabiano Gontijo, de 47 anos, instrutor de voo e experiente piloto.
Com isso, a corporação dispensou a realização do exame de DNA. Em contato com o Estado de Minas no dia do acidente, ocorrido no Bairro Caiçara (Região Noroeste), a perícia confirmou que o corpo de Francisco estava completamente carbonizado, o que dificultava a identificação da vítima.
A experiência de Francisco Fabiano Gontijo a bordo do avião Socata ST-10 Diplomate pode ter sido fundamental para evitar uma tragédia de maiores proporções. Em um bairro tomado por prédios e casas, a teoria de quem viu a aeronave cair é de que o instrutor pode ter tentado direcionar o aparelho a um lote vago da Rua Minerva.
É no que acredita o contador Nélio Godinho, de uma casa vizinha ao local do acidente. “Infelizmente o piloto faleceu, mas parece que ele procurou um lote vago. Ele o avistou e deve ter mirado logo ao lado da minha casa”, avaliou.
O estrago poderia ter proporções muito maiores também se o avião caísse em uma subestação da Cemig, situada a menos de dois quarteirões. “Imagine o tamanho da tragédia que seria? Não deveria existir escola de pilotagem próxima a residências. Agora, começou a ter treinamento de helicóptero também, que é ainda mais perigoso”, disse César Morais, também morador do Caiçara, em referência às atividades de aprendizagem no Aeroporto Carlos Prates, de onde a aeronave decolou.
Levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que, de oito acidentes em área urbana registrados em BH desde 2008, apenas um não envolveu aeronaves que decolaram do terminal.