Todos os dias seis estabelecimentos comerciais são alvo, em média, da ação de ladrões que agem com violência na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). De janeiro a março deste ano, foram 538 crimes registrados contra diferentes tipos de comércios na Grande BH. Apesar de o número estar em queda quando comparado com o primeiro trimestre do ano passado (veja quadro), a quantidade de ocorrências ainda desafia as autoridades da segurança pública principalmente pelo nível de violência empregado nos crimes de roubo.
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Segundo Vieira, durante o curso das investigações a Polícia Civil prendeu dois membros quando os investigadores descobriram que o grupo pretendia efetuar um roubo de 3 milhões na joalheria Manoel Bernardes, do Pátio Savassi, Centro-Sul da capital mineira. O crime ocorreria em 6 de outubro do ano passado. Antes disso, a quadrilha cometeu um assalto ao quiosque da loja Central dos Eventos, no shopping Monte Carmo, em Betim, na Grande BH, em 21 de julho. Foi aí que as investigações contra o grupo começaram.
Câmeras de segurança do centro de compras flagraram a ação dos bandidos no quiosque da Central dos Eventos, que fica no Monte Carmo Shopping, em Betim. Um vigilante é rendido por um assaltante, seguido de outro bandido que se aproxima de um segundo homem. Frequentadores do shopping percebem o assalto e ficam assustados. Momentos depois, a dupla sai correndo e é flagrada novamente por câmeras quando deixa o shopping pelo estacionamento, onde um motorista aguardava o grupo. Uma mulher dava cobertura dentro do centro de compras, observando a movimentação para alertar os comparsas se fosse necessário.
Veja imagens do crime no shopping em Betim
No curso do inquérito, outro roubo foi atribuído ao grupo, dessa vez a uma unidade da Droga Raia, em Contagem, em 5 de outubro. Nesse último crime, funcionários e clientes foram feitos reféns e trancados em uma sala. Mais uma vez a ação foi filmada por câmeras internas (veja abaixo).
Um dia depois do roubo à drogaria seria consumado o assalto ao Pátio Savassi. O primeiro assalto, inclusive, teria sido usado como forma de arrecadar fundos para mobilizar o grupo rumo ao crime do centro de compras da Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Uma filmagem da loja Manoel Bernardes foi anexada ao inquérito, capturada de um dos celulares apreendidos. Para a polícia, é um dos indícios do planejamento que era desenvolvido. O principal objetivo seriam relógios da marca Rolex, de alto valor.
‘ORGANOGRAMA’ As investigações apontaram que havia funções distintas no grupo. Enquanto Antônio Carlos comandava tudo a partir de informações de quais seriam os alvos, alguns membros atuavam cometendo os assaltos, e outros agiam como motoristas para dar fuga ao grupo. Normalmente, veículos roubados e clonados eram usados para a chegada aos locais assaltados, o que mostra que não apenas o comércio da Grande BH era alvo do grupo. De acordo com a polícia, a ousadia dos bandidos era tão grande que eles produziram vídeos, divulgados nas redes sociais, que promoviam a quadrilha. Antônio era o líder, mas também tem uma companheira envolvida no esquema, Débora Cristina Machado Maciel Pedro, de 21 anos, que segundo a polícia está grávida. Outra mulher, Flávia Paula de Barros, de 42, cuidava da parte financeira do bando, conforme as investigações.
Atuavam cometendo assaltos, ainda de acordo com a polícia, Aline Augusta da Silva, de 29, Diego Junio de Oliveira, de 27, Roberson Duarte Meira da Silva, de 27, André Luiz Nascimento Teixeira, de 28, e Washington Lana, de 31. Washington já estava preso, segundo a Polícia Civil, e Roberson está foragido. Já Diego foi preso na cidade de Serra, no Espírito Santo. Os últimos dois presos são Gustavo Henrique Soares dos Santos, de 23, e Victor Augusto dos Santos. Eles são irmãos e, segundo a polícia, trabalhavam como motoristas de aplicativo, mas davam fuga ao grupo durante os assaltos.